A Assembleia Municipal de Lousada aprovou por unanimidade, esta sexta-feira, a manutenção do IMI na taxa mínima (0,3%).

O PSD, por intermédio de José Gonçalves, aplaudiu a decisão do executivo municipal, reconhecendo que a governação do PS veio de encontro àquilo que sempre foram as aspirações do PSD nesta matéria.

O deputado municipal social-democrata foi mais longe e defendeu mesmo a redução do imposto em 40 euros para os agregados familiares com dois dependentes.

“O senhor não prescindiu de receitas. É aqui que nós diferimos. O senhor fez as famílias ganhar esse valor. O senhor presidente não diz que é amigo das famílias lousadenses? Não se queixe. Encare isso como um investimento e não como algo que deixou de receber. Deu às famílias. O maior investimento é nas famílias. Há diferenças estruturais entre nós. Temos outras opções que o PS não tem”, atalhou.

“Senhor presidente, a sua ponderação, a sua cautela com o pouco dinheiro, só mostra que só gosta de governar com poucochinho”

Cândida Novais, do PSD, acusou a actual governação do PS de seguir uma gestão social-democrata, à moda do PSD, do tempo de Passos Coelho e do actual executivo gostar de governar com poucochinho.

“Estamos numa gestão socialista ou numa gestão social-democrata à moda do PSD? Estamos num tempo em que a boa governação estatal é a de Passos Coelho? Estamos num tempo em que a Troika está cá? Estamos num tempo em que estamos proibidos de investir? Estamos num tempo em que se governa à direita? Temos um programa alinhado à direita, preocupadíssimo com as contas certas e muito pouco preocupado com o futuro, a visão de investimento. Estou cansada de ouvir dizer que é um investimento para as pessoas. Nada de paternalismos porque na casa dos outros cada um sabe o que faz com 20 euros. Ter famílias numerosas muito apoiadas, sim, senhor, mas todos sabemos que há famílias numerosas e carenciadas que não têm só o apoio da autarquia, têm o apoio do Estado e no final do ano, o bolo no final do mês, são capazes de auferir de um vencimento maior que uma família da classe média com dois filhos. Senhor presidente está na hora de começar a governar à socialista. O tempo das contas certas não é o tempo da governação socialista. É do Passos Coelho, é da outra legislatura, é do Centeno.  Senhor presidente, a sua ponderação, a sua cautela com pouco dinheiro, só mostra que só gosta de governar com poucochinho”, frisou.

Maria do Céu Rocha, da bancada do PS, assumiu que o executivo PS faz um esforço significativo ao abdicar de uma receita considerável e desafiou a oposição a dizer onde é que cortaria e ia buscar orçamento para isso.

“Gostaria que apresentassem as contas, onde cortaria para fazer tudo isso e não se ficassem apenas pela retórica. A Câmara de Lousada tem optado por direccionar o apoio para as famílias numerosa, com três ou mais dependentes, fixando o coeficiente familiar nos 70 euros”, concretizou, declarando ainda que o presidente da Câmara de Lousada em lado nenhum excluiu a possibilidade de vir a aplicar a taxa dos 40 euros às famílias com dois dependentes, no futuro.

“Cada medida a seu tempo e esta é a altura para uma redução do IMI no apoio às famílias numerosas. Esta autarquia com a gestão moderada que tem chegará a outras situações”, asseverou.

“Têm que dizer onde vão buscar esse dinheiro. O executivo municipal tem assumido uma postura de rigor, tranquilidade e responsabilidade e tem resistido à tentação de subir à carga fiscal. Se fosse o PSD que estivesse à frente da câmara tenho sérias dúvidas que conseguisse resistir a esta tentação”

O presidente da Câmara de Lousada, Pedro Machado, reiterou que a autarquia tem realizado um esforço significativo para ajudar os agregados mais numerosos e que aumentar a carga fiscal seria muito tentador para qualquer câmara, embora essa não tenha sido a opção do actual executivo PS.

“Seria fácil aumentar o IMI porque estamos a falar de uma receita significativa, mas optamos por manter a taxa nos 0,3 e ajudar as famílias mais numerosas. Hoje temos condições para abdicar de mais de dois milhões de euros de receita fiscal fruto da gestão criteriosa do passado”, avançou, sustentando que os atribuir 40 euros a um agregado com dois dependentes seria simpático, mas para o município no bolo geral teria um impacto significativo.

“Têm que dizer onde vão buscar esse dinheiro. O executivo municipal tem assumido uma postura de rigor, tranquilidade e responsabilidade e tem resistido à tentação de subir à carga fiscal. Se fosse o PSD que estivesse à frente da câmara tenho sérias dúvidas que conseguisse resistir a esta tentação. É muito pouco para uma oposição que passa a vida a dizer que a autarquia está em piloto-automático e não tem estratégia. Estamos a fazer um esforço significativo para apoiar as famílias. A política fiscal de Lousada é um exemplo para o país”, manifestou.

A Assembleia Municipal aprovou também, por unanimidade, a fixação em 4% da parcela municipal do Imposto Sobre o Rendimento (IRS).

José Gonçalves, à semelhança do que os vereadores do PSD já tinham assumido em reunião de câmara, desafiou o executivo a fazer um esforço para gradualmente passar a parcela municipal do Imposto Sobre o Rendimento (IRS), para 2,5%.