A falta de trabalhadores está a ameaçar a recuperação de sectores mais “tradicionais” da economia portuguesa que vão desde a panificação, ao têxtil, ao calçado, à construção ou mobiliário. O problema não é novo, mas agravou-se com a pandemia. O concelho de Paredes não foge à regra, mas a Associação de Empresas de Paredes (ASEP) quer inverter esta tendência com uma solução que passar por estimular os jovens a entrarem no mercado de trabalho.  

Os novos órgãos sociais da ASEP tomaram posse na passada sexta-feira e o presidente avançou ao Verdadeiro Olhar que uma das metas desta estrutura, para os próximos dois anos, passa por “combater a falta de mão-de-obra” tão sentida em vários sectores laborais do município.

Silvestre Carneiro reconhece assim a “escassez de recursos humanos”, mas é uma situação que “não pode pôr em causa a recuperação económica de muitas actividades de sectores ditos como “tradicionais”, mas que, nos últimos anos, têm sido afectados por “estigmas e estereótipos” que se tornam “pouco atractivos para os jovens”. A principal preocupação da ASEP passa então por “mudar este paradigma”, porque se se ultrapassarem estes obstáculos existentes actualmente, “muitos jovens vão conseguir ter carreiras promissoras nas mais variadas áreas”. É que, continuou, “nunca as empresas tiveram tantas condições como agora, quer ao nível de instalações, maquinaria e segurança e, por isso, existem todos os ingredientes necessários para que se altere a ideia de que todos os jovens têm que seguir estudos superiores ou, então, ficarem inactivos alegando que não têm um emprego atractivo.

Assim, e apesar de ter tomado posse há poucos dias, a equipa de dirige esta estrutura gizou criar parcerias com as escolas e universidades, de forma a levar os mais novos a conhecerem as empresas de Paredes. Ou seja, a ASEP pretende desencadear procedimentos para que todos saibam as oportunidades que existem dentro da sua terra.

Silvestre Carneiro não deixa de exemplificar, por exemplo, a falta de “padeiros, trolhas, mecânicos, estofadores”. Mas acredita que esta fórmula vai inverter esta tendência.

“Daqui a dez anos muitas empresas de Paredes correm o risco de fechar portas, devido à falta de pessoas qualificadas para trabalharem”.

É que se este trabalho não for feito, “daqui a dez anos muitas empresas de Paredes correm o risco de fechar portas, devido à falta de pessoas qualificadas para trabalharem”.

Se se trilhar este caminho e se os jovens conhecerem de perto as empresas da terra, tendo a “certeza de um salário fixo ao fim do mês e a possibilidade de progressão na carreira” o cenário vai mudar.

Para além desta iniciativa, a ASEP incluiu ainda no seu programa de trabalho outras iniciativas que passam pela promoção de palestras dirigidas às empresas associadas, assim como a realização de formações para os colaboradores “mais antigos” das empresas locais.

A associação escreveu ainda no seu caderno de encargos a criação de uma ‘incubadora – centro empresarial’ que atraia novos empreendedores, jovens ou seniores, que sonhem em criar a sua própria empresa em Paredes, prometendo prestar todo o apoio à elaboração de um plano de negócio e ajudando na pesquisa de Fundos Comunitários disponíveis para apoiar essas candidaturas.

Desenvolver projetos e eventos em articulação com a Câmara Municipal de Paredes e as Juntas de Freguesia, criar espaços de lazer patrocinados por empresas locais, como sejam parques infantis e radicais, para crianças e jovens, que serão apadrinhados por uma empresa local, realizar visitas regulares às empresas, comércio e serviços de todas as freguesias, realizar palestras e ações de esclarecimento sobre projetos e formações da ASEP e organizar uma conferência anual de empresários. são outras das metas que constam do programa da associação.

Silvestre Carneiro sabe que estas iniciativas “não se implementam de um dia para o outro”, mas “com muita vontade e determinação”, características de todos os elementos que o acompanham nesta missão, vai ser possível “virar a página no município de Paredes”.

Silvestre Carneiro tem 45 anos, é empresário e nasceu em Rebordosa, município de Paredes. A acompanhá-lo neste trabalho à frente da ASEP estão Luís Neves, Ana Isabel Barbosa, Helena Ferreira Soares, Cidália Ferreira, Ana Catarina Moreira, Filipa Silva, José António Dias, Abílio Paulo Ribeiro, Eurico Nogueira, Carlos Macedo, Luís Barbosa e Adriana Pacheco.