Os vereadores eleitos pelo PSD na Câmara Municipal de Valongo emitiram um comunicado para justificar o voto contra no Relatório e Contas de 2021, aprovado, na semana passada, em reunião de executivo pela maioria socialista.

Os social-democratas alegam que “o documento apresentado mais não é que a constatação e tradução das políticas erradas assumidas que não centralizam nas pessoas, nas famílias e nas empresas aquele que deveria ser o modelo de desenvolvimento do concelho”.

Apontam ainda, mais uma vez, a “excessiva carga fiscal que impende sobre os munícipes, tendo em 2021 sido cobrados cerca de mais dois milhões de euros de impostos directos comparativamente a 2020”. Para os vereadores da oposição isso “deixa bem claro ter sido possível a redução da carga fiscal, designadamente o IMI, conforme proposta apresentada pelo PSD e rejeitada pelo executivo, assim como se prova que seria viável economicamente o município canalizar receitas para sustentar o não aumento da tarifa de abastecimento de água para 2022, também proposta do PSD e também rejeitada”.

Os eleitos na Câmara Municipal dizem ainda que o relatório demonstra “um aumento substancial (20%) da despesa corrente afecta à aquisição de bens e serviços atingindo em 2021 perto de 16 milhões de euros”. Criticam ainda as baixas taxa de execução do orçamento nas áreas da Educação (54%) e na área da Acção Social associada à taxa de execução do PPI (cerca de 59%), que revelam “ou a falta de eficiência na operacionalização do Plano e Orçamento ou o empolamento artificial do mesmo aquando da sua apresentação”, sendo qualquer uma das hipóteses “reprovável”.

O comunicado conclui com o alerta para o “excessivo endividamento que as opções do executivo socialista irão provocar, pondo em causa a capacidade de gestão futura do concelho e que certamente as contas de 2022”.

Recorde-se que, também em comunicado, o executivo liderado por José Manuel Ribeiro na Câmara de Valongo, sustentou que “o documento reflecte uma situação financeira robusta” e que “Valongo é actualmente um município com boas contas, mais autónomo, mais capaz e com uma situação financeira sólida, o que permite antecipar um futuro ainda mais próspero”, já que se conseguiu “manter a capacidade de investimento e dar resposta aos principais anseios da comunidade”.