Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2020 aponta vários dados sobre os municípios da região no âmbito da despesa.  

Valongo é a 32.ª autarquia (num ranking com 35) com maior volume de despesa com pessoal paga no ano de 2020. O aumento entre 2019 e 2020 foi superior a 40%. O município passou de uma despesa de aproximadamente 12,5 milhões de euros para cerca de 17,5 milhões de euros.

“Seis municípios deste ranking apresentaram descida de despesa com pessoal e todos os restantes apresentaram aumento das mesmas, sendo que catorze deles aumentaram acima da média nacional a qual se fixou em 3,8 %. Deste grupo de municípios releva-se o facto de alguns deles terem apresentado aumento de despesa de pessoal acima dos 10%: Valongo (+40,6%, +5,1 milhões de euros; V. F. de Xira (+39,8%, +7,9 milhões de euros); Torres Vedras (+22,3%, +3,3 milhões de euros); Viana do Castelo (+16,3%, +3,1 milhões de euros) e Portimão (+10,6%, +1,7 milhões de euros)”, lê-se no documento.

Por seu lado, Paredes entra no ranking dos 35 municípios com menor peso das despesas com pessoal pagas, na despesa total. O rácio foi de 24,5%.

Em 2020, o valor anual médio de encargos com pessoal por trabalhador variou entre 13.363 euros e 26.910 euros, aproximadamente, estipula o Anuário. Paços de Ferreira e Lousada estão entre os municípios com menor volume de despesa paga por trabalhador nesse ano. Na posição 26, a autarquia de Paços de Ferreira, com 563 trabalhadores, despendeu em média 15.780 euros por funcionário. Já Lousada, com 666 pessoas ao serviço, está no lugar 26 do ranking, com 16.750 euros.

No que toca a despesas pagas com investimentos (aquisição de bens duradouros ou bens de capital), Paredes e Penafiel estão na lista dos 35 municípios com maior volume de investimento pago em 2020. Em Paredes foi de quase 15,6 milhões de euros, mais 36% que no ano anterior, e em Penafiel de 14 milhões de euros, 33,5% mais que em 2019. “Neste mesmo ano económico, considerando o universo autárquico municipal, 100 municípios apresentaram descida do montante pago de investimento, com 10 a registarem uma diminuição superior a 50%. Anotam-se os municípios que diminuíram esta despesa em mais de 60%: Porto Santo (-83%); Paços de Ferreira (-65%); Oleiros (-64%); Pampilhosa da Serra (-62%); e Nazaré (-61%)”, destaca o relatório.

O Anuário também lista os municípios com maior volume de despesas de aquisição de bens de capital e transferências de capital entre 2010 e 2020, “significando a soma destas duas despesas, como referido, o total de investimentos directo e indirecto efectuado por cada município”.

Entre as autarquias nesse ranking estão as de Paredes e Penafiel. Em Paredes, em 2020, o volume desta despesa foi de 17,8 milhões de euros, totalizando 174,9 milhões entre 2010 e 2020, numa média de 2.072 euros de investimento por habitante. Já em Penafiel, o volume de despesas de aquisição de bens de capital e transferências de capital rondou, em 2020, 15 milhões de euros. Na última década, tratou-se de um valor de quase 139,5 milhões de euros, cerca de 2.001 euros por habitante.

O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses é um documento que apresenta uma análise económica e financeira das contas dos 308 municípios, anualmente. Este relatório é relativo ao exercício económico de 2020. O documento, que vai na 17.ª edição, resulta de um trabalho em equipa que envolve dois centros de investigação onde estão integrados os autores: o Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade (CICF) do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) e o Centro de Investigação em Ciência Política (CICP) da Universidade do Minho.