Os trabalhadores das Conservatórias de Paços de Ferreira e Paredes estão, esta segunda-feira, em greve por diferentes motivos.

Na Conservatória do Registo Civil, Predial, Comercial e Automóvel de Paços de Ferreira o protesto mantém-se até sexta-feira. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e Notariado (STRN) a paralisação, que decorre entre as 9h00 e as 17h00 deve-se “ao silêncio sepulcral do Instituto dos Registos e Notariado que, não obstante os alertas dos trabalhadores, continua sem resolver os diversos problemas que prejudicam o atendimento dos utentes, sobretudo nos pedidos de Cartão de Cidadão e de Passaporte Electrónico Português, o que tem bloqueado, ou até mesmo extinto, uma parte substancial da actividade registal da cidade, facto que o comércio jurídico de Paços de Ferreira tem reclamado”.

A mesma fonte avança que “os fluxos de atendimento presencial em massa quanto aos pedidos de cartão de cidadão e de passaporte electrónico português estão a colocar em causa, desde logo, a missão das Conservatórias, prejudicando, quer a população de Paços de Ferreira, como também a sanidade mental dos trabalhadores”. Os funcionários já remeteram ao Governo um abaixo-assinado denunciando os factos, e requerendo que estes serviços fossem assegurados por agendamento, mas sem resposta.

Em Paredes, depois de terem realizado uma vigília, em Março, as trabalhadoras da Conservatória do Registo Civil voltam a paralisar para chamar a atenção para problemas já denunciados, mas a que o Ministério da Justiça e o Instituto dos Registos e Notariado continuam sem dar solução.

Em causa está uma avaria da plataforma de cadeira de rodas de acesso à Conservatória, que dura há cinco meses, “privando os cidadãos de mobilidade reduzida, assim como os pais que transportam os seus filhos menores em carrinho de bebé, de se dirigirem à mesma em condições dignas”, critica o Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e Notariado. “A desconsideração que a senhora Ministra da Justiça e a senhora presidente do IRN manifestam para com as pessoas de mobilidade reduzida em Paredes merece a concretização da presente greve”, justifica o sindicato.

Por outro lado, as queixas prendem-se ainda com a falta de privacidade no atendimento e deficiências em matéria de higiene, saúde e segurança das instalações, para funcionários e utentes; casas de banho em mau estado, falta de climatização, problemas de iluminação e falhas graves que colocam em causa a segurança dos trabalhadores, entre outros.

O Verdadeiro Olhar contactou o Ministério da Justiça, mas ainda não obteve esclarecimentos.