O dia 17 de junho de 2017, foi um dos dias mais negros da nossa história recente, nomeadamente devido à tragédia dos incêndios que assolaram a região de Leiria, mormente o concelho de Pedrógão Grande.

Um concelho devastado pelas chamas, que tiraram a vida a 64 pessoas, e que, num ápice deixaram várias centenas sem nada ou quase nada.

O pequeno concelho em termos populacionais de Pedrógão, com cerca de 4000 habitantes, foi gigante na forma estoica como resistiu à tragédia, e designadamente na resposta que foi dando ao longo destes tempos.

Independentemente das leituras e dos comentários dos fazedores de opinião, que tudo sabem depois das coisas ocorrerem, o certo é que a onda de solidariedade nacional e internacional que se sentiu e faz sentir naqueles concelhos é realmente notável e merecedora de reconhecimento.

O Estado nas suas diferentes escalas, tem discriminado positivamente toda aquela região, com iniciativas e apoios concretos que vão minorando as perdas materiais e humanas.

De enaltecer os apoios oriundos dos locais mais recônditos do país e até do mundo, onde as comunidades portuguesas têm tido um papel de charneira para este objectivo.

É uma alegria imensa, assistirmos a membros destacados da nossa comunidade espalhada pelo mundo, ajudar aqueles concelhos com doações de largos milhares de euros, e em bens materiais, num acto de generosidade e altruísmo que não nos pode deixar indiferente.

Ainda recentemente estive no concelho de Pedrógão Grande, nomeadamente no Encontro Nacional dos Gabinetes de Apoio ao Emigrante (GAE) que lá teve lugar, e no passado sábado, nas comemorações do Dia Municipal do Bombeiro, onde foram atribuídas três viaturas à Corporação de Bombeiros local.

Estas viaturas foram uma realidade com donativos, designadamente das nossas comunidades, sendo de destacar a enorme onda de solidariedade que os portugueses em todo o mundo tiveram e têm com Portugal.

É de saudar, o espirito guerreiro e resiliente de um povo, que saltou do anonimato em consequência de uma tragédia, mas que constitui um exemplo de como se pode ultrapassar as maiores adversidades com dedicação, espirito de equipa, entreajuda, solidariedade e fraternidade entre todos.

A população seguiu o lema dos mosqueteiros, qual seja, “um por todos, todos por um”, e quando assim acontece, as comunidades fortalecem-se e renascem com uma vontade férrea e inabalável de triunfar e crescer.

Onze meses depois da tragédia, as marcas ainda são bem visíveis, mas é igualmente visível, uma região a afirmar-se, lutando incessantemente por atingir patamares de desenvolvimento que lhes permita prosperar. E este é o maior hino que se pode fazer às vítimas de uma catástrofe, que aconteceu sem hora nem local marcado.

Bem hajam a todos pela resiliência!

Bem hajam a todos pela Solidariedade e Fraternidade!