No domingo, centenas de pessoas saíram à rua, em Sobrosa, Paredes, para protestar contra a falta de segurança e condições da EN319. Foi realizada uma caminhada pela estrada, demonstrando a falta de passeios e passadeiras, e também uma vigília nocturna junto ao entroncamento do “Serralheiro”, onde a população pedia a construção de uma rotunda, que acabou por cortar a estrada e motivou a intervenção da GNR.

Esta segunda-feira, representantes da comissão de moradores reuniram com o presidente da Câmara de Paredes que prometeu sensibilizar a Infraestruturas de Portugal (IP) para algumas questões.

“A IP procedeu mal ao colocar a pavimentação, nesta última fase da empreitada, sem fresar. Isso dificultou muito a entrada em algumas moradias, mas foi logo assumido pela IP que iam resolver esses problemas até 15 de Abril”, referiu Alexandre Almeida, referindo-se aos desníveis criados pela elevada altura do pavimento, uma das críticas apontadas pelos populares.

Mas havia mais em causa. Os moradores queixam-se da falta de passeios que obriga os peões, muitos crianças, a circular por bermas sem condições para aceder ao autocarro, e de passadeiras ou sistemas que controlem a velocidade numa via que convida, agora ainda mais, a excessos.

Segundo o presidente da Câmara de Paredes, a colocação de passadeiras sobrelevadas e com limitação de velocidade tem que ser discutida com a IP. “Se não houver uma limitação de velocidade uma passadeira pode por ainda mais em risco as pessoas. Se forem passadeiras sobrelevadas e bem identificadas, para reduzir a velocidade, poderá fazer sentido ter passadeiras. Vamos colocar a questão”, adianta Alexandre Almeida.

Por outro lado, o autarca avança que, desta reunião, surgiu uma possível hipótese para resolver os problemas do entroncamento do “Serralheiro”.

“Colocar uma rotunda não é viável porque as dimensões da estrada não o permitem, mas surgiu nesta reunião a ideia, que vamos avaliar se é viável, que é colocar a rua municipal em sentido único”, desviando o trânsito para outro acesso mais acima, numa artéria com entrada na nacional com maior visibilidade, sustenta. Nessa solução, os carros passariam a entrar apenas em sentido descendente e seria retirada a estrutura ovalada agora colocada que mal deixa espaço para manobras de autocarros e camiões. “Isso iria melhorar muito as condições de circulação naquele cruzamento”, admite Alexandre Almeida, que promete ir ao local esta quarta-feira e aguarda indicações dos serviços para perceber se a Câmara pode implementar sozinha esta solução, já que o entroncamento liga uma estrada municipal a uma nacional.

Quanto aos passeios reivindicados, caso a IP não avance, a Câmara diz-se disponível para assumi-los, “no âmbito dos programas de apoio comunitário para a mobilidade”, pelo menos entre o cruzamento e a nova paragem de autocarro.

Diana Costa, da comissão de moradores, salienta que “nesta reunião foi prometido aos moradores que a segurança ia ficar salvaguardada e concordaram que as passadeiras sobrelevadas eram uma necessidade”. “Se não forem feitas passadeiras vamos continuar com o protesto”, garante.