Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

Mais de 300 militantes foram às urnas reeleger Ricardo Sousa presidente da comissão política concelhia do PSD Paredes, num fim-de-semana em que também decorreram eleições distritais no PSD. Não houve mais candidatos o que, na visão do presidente reeleito, não significa “unanimismo”, mas “unidade” no partido.

Este será o terceiro e último mandato que pode cumprir, consecutivamente, à frente dos destinos do partido. E servirá para continuar a preparar o PSD Paredes para os desafios autárquicos concelhios e para dar um contributo a nível distrital e nacional.

Foram votar 315 militantes – dos cerca de 600 activos, apenas cerca de 400 tinham quotas em dia e capacidade de voto -, tendo 262 aprovado a lista apresentada. Houve ainda 35 votos em branco e 18 nulos, segundo dados do partido.

O actual vereador da oposição sustenta que se mantém o “projecto de continuidade” desde que encabeçou a comissão política em 2018, com a meta de “cimentar e reformular as bases nas freguesias” para levar o partido a alcançar objectivos. Este mandato irá até muito próximo das eleições, mas o trabalho de preparação das autárquicas já começou, logo no dia a seguir às autárquicas de 2021, assume. “Agora que fomos reeleitos vamos trabalhar com outra legitimidade, podendo fazer mudanças e outros planos que precisam de ser feitos. Temos andado constantemente no terreno. Temos de nos ajustar à realidade e ser dinâmicos para corresponder às ânsias da população”, defende Ricardo Sousa.

Além de ter bons resultados nas próximas autárquicas, o PSD Paredes quer “ajudar o partido a nível distrital e nacional”. “Nota-se todos os dias que o país precisa muito do PSD no poder”, argumenta o presidente da comissão política do PSD Paredes.

Sobre o facto de haver apenas uma lista a eleições, Ricardo Sousa acredita que “o partido está sereno” e que “há unidade, mas não unanimismo”, já que há pluralidade de ideias dentro da estrutura.

Questionado sobre a avaliação que faz da governação socialista, o social-democrata diz que estão “muito preocupados com o que se passa no concelho”. “Este executivo está no poder há cinco anos e vemos o que se tem passado em termos de habitação social e obras estruturais: nada, não houve desenvolvimento nenhum, enquanto vemos outros concelhos com intervenção no terreno”, critica. “Aqui fala-se só na obra para a comunidade cigana, quando há muito mais paredenses com necessidade de habitação e não se tem feito nada por esses”, aponta ainda Ricardo Sousa.

Além disso, este executivo, liderado por Alexandre Almeida, mantém uma postura de reacção e não de acção que já tinha na pandemia, sustenta, dando um exemplo. “Está a aproximar-se uma crise e, na última reunião de câmara, os vereadores do PSD perguntaram se havia um plano para proteger os mais desfavorecidos por antecipação e não há, isto é grave. Vamos voltar a ser reactivos e não proactivos. Devíamos ter uma rede e mecanismos que protejam essas pessoas”, defende em declarações ao Verdadeiro Olhar.

Depois há a tentativa de apagar o passado, ao realizar uma “segunda” Gala do Desporto quando já existiram outras no passado e ao dar a entender que antes não se entregavam bolsas de estudo. “Querem dar a ideia que antes deles não havia nada. Devemos respeitar o que já existiu”, frisa o social-democrata. “Se governam com este preconceito de lutar com o passado só nos estão a prejudicar a todos. Têm de ter o seu projecto e implementá-lo”, sublinhou, argumentando que “o concelho não está a progredir, está a ficar para trás”.

Há, defende, uma carência de obras nas freguesias. “Num município com orçamento de 70 milhões aquilo que faz é sobejamente pouco”, refere Ricardo Sousa. “A grande obra deste executivo é a empregabilidade porque já aumentou exponencialmente o número de funcionários da câmara”, ironiza. “Estão quase há cinco anos no poder. Em cinco anos quantos centros escolares foram feitos e por quantos milhões? Em quatro anos fizeram uma piscina ao ar livre e recauchutaram um pavilhão, o Estádio das Laranjeiras ainda não o acabaram e já estamos noutro mandato. Isto é pouco para o concelho de Paredes. Onde estão os investimentos nas freguesias?”, questiona ainda.

Ricardo Sousa é natural de Rebordosa, gestor de uma empresa e já foi presidente da JSD e membro da Assembleia Municipal, sendo actualmente vereador sem pelouros na Câmara Municipal de Paredes.

Para a Mesa da Assembleia do PSD Paredes foi eleito Alberto Soares Carneiro.