Os vereadores eleitos pelo PSD em Lousada voltaram a propor, na reunião de executivo, realizada ontem, a redução em 50% do preço da água, do saneamento e dos resíduos sólidos urbanos durante os meses de Abril, Maio e Junho.

Mas a proposta não foi aceite pela maioria socialista, lamentam Leonel Vieira, Simão Ribeiro e Sandra Silva em comunicado. Esta foi a segunda vez que os social-democratas defenderam esta ideia.

“As pessoas estão obrigadas a permanecer nas suas habitações por causa da pandemia COVID-19 e por isso consomem muito mais água, fazendo com que a Câmara Municipal esteja a arrecadar mais receita e a obter um lucro muito maior”, alega Leonel Vieira, argumentando que esta redução de 50% “terá um impacto diminuto nas receitas do município”. “A Câmara Municipal neste momento de maior dificuldade tem a obrigação de ser solidária com as famílias lousadenses e por isso deve abdicar de parte do lucro que está a obter com a venda da água”, sustenta o vereador, citado em nota de imprensa.

Contactado, o presidente da Câmara de Lousada voltou a frisar que desde o início desta crise que sempre disseram que não iriam “prometer mundos e fundos e depois não cumprir”.

Pedro Machado lembra que esta pandemia vai demorar a passar e que é importante fazer “uma gestão cautelosa dos recursos para que nunca falte o auxílio a quem mais precisa”. “Mesmo com essa gestão criteriosa, a despesa com o combate à COVID-19 não tem parado de aumentar. Por isso, é completamente impossível equacionar a proposta que o PSD apresentou”, sustenta o autarca.

Respondendo aos social-democratas, Pedro Machado caracteriza esta proposta, à semelhança de outras, como “populista, irrealista e irresponsável”.

“No ano de 2019, a receita municipal desses serviços nos meses de Abril, Maio e Junho perfez um valor superior a 1,2 milhões de euros, descontando as parcelas que são receita do Estado, como o IVA, a TRH e a TGR. Mais uma vez, o PSD limitou-se a atirar para o ar uma proposta sem saber minimamente as suas consequências orçamentais. Poderia a Câmara Municipal prescindir de uma receita superior a 600 mil euros? É obvio que não. Se assim fosse, não poderíamos assumir as despesas que temos vindo a assumir no combate à COVID-19, nomeadamente com a aquisição de equipamentos de protecção individual, os testes nos lares, a aquisição de computadores para as escolas e a fazer face ao aumento da despesa social”, conclui o presidente da Câmara de Lousada.