Não faz o caminho a direito, porque prefere ir à volta. É verdade que, assim se faz mais caminho, mas, no final, aprende-se sempre muito mais. É deste modo que, o natural de Penafiel, Vitorino da Silva, popularmente conhecido por Tino de Rans, descreve a sua caminhada de vida, numa altura em que se prepara para trocar a música pelo cinema, garantindo que vai chegar às telas de “todo o mundo”.

O filme, que será uma longa-metragem, já tem nome, “Entre Palmas” e, em entrevista ao Verdadeiro Olhar, Vitorino Silva mostrou um pouco das folhas que constituem o guião e daquilo que está a pensar projectar na tela. É certo que a pelicula pretende dar a conhecer “ao mundo” um percurso, quem sabe o seu ou daqueles que lhe são mais queridos, e vai incluir paragens em Cabo Verde, África do Sul, Brasil, entre outros destinos. Porque o calceteiro de profissão, que também já foi autarca e personalidade televisiva, insiste em dizer que gosta de “construir caminhos e não muros”. Por isso, no final, está ciente de que todos aqueles que virem o filme, vão interiorizar a mensagem de que “não vale a pena vivermos a vida em bicos de pés, nem na escuridão”, porque quando se acende a luz, “as melgas e os mosquitos aparecem”.

O livro da sua autoria, “A … Corda p’ra vida” vai marcar presença nesta pelicula que “vai ganhar um óscar metafórico”, sublinhou o também cantor se confessa “muito feliz” nesta fase da sua vida, não só por todo o seu percurso, mas, sobretudo, por esta incursão na sétima arte. No entanto, não vai descurar a sua recandidatura à presidência da República, no próximo acto eleitoral, assegurou ao Verdadeiro Olhar.

Tino de Rans vaticina que com todos os ingredientes que tem preparados, o “Entre Palmas” não vai ser mais um filme, mas “o filme” que vai “acordar mentes, especialmente aquelas que “acreditam pouco nos portugueses e em Portugal”. Porque “não temos que andar vergados”, enfatizou.

As ideias atropelam-se na cabeça de Vitorino Silva e esta viagem ao mundo do cinema era algo que andava a pensar há uns “dez anos”. Chegou a altura de passar para a tela uma história que também “pretende combater a desigualdade e o populismo” e mostrar que as pessoas são capazes de “transformar o impossível em possível”.

Foi há 23 anos que, o calceteiro de Rans conseguiu alcançar notoriedade em todo o país, quando num congresso do PS fez um discurso acalorado, que terminou com um abraço ao primeiro-ministro da altura, António Guterres.

E ao longo de mais de duas décadas, Vitorino Silva tem vindo a contabilizar ofícios. Só que hoje, irradia felicidade ao assegurar que o filme é, sem dúvida, “um dos grandes projectos” da sua vida”.

A longa-metragem deverá ficar gravada em “Março ou Abril do próximo ano” e será a sua empresa, a “Calçada do Tempo”, a produzi-la. Porque o tempo “é o melhor sócio e o melhor aliado. Não vai à frente, nem fica para trás”, ironizou.

E neste périplo pela sétima arte, Tino de Rans conta com o “apoio de muitas pessoas, muitos municípios e tanta gente”, porque tem perfeita consciência da sua notoriedade pelo país inteiro.

Mas antes de se dedicar inteiramente à sua longa-metragem, Tino vai estar esta sexta-feira à noite, no Cais de Gaia, a dividir o palco com artistas como Miguel Araújo, os Broa de Mel, entre outros. Não é um adeus aos palcos, porque Vitorino Silva não gosta de despedidas, mas, quem sabe, um até já.

Já no domingo, vai estar com a mulher, na Feira do Livro do Porto, ambos “sentados à mesma mesa, mas, cada um a autografar um livro da sua autoria”.

Depois disso, em Penafiel vão ecoar as palavras “luzes, câmara, acção”, porque o filme de Tino de Rans vai continuar seu períplo pelo mundo inteiro, até saltar para as telas do cinema.