Perderam-se dois anos “de dinâmica”, devido à pandemia, mas a Agrival – Feira Agrícola do Vale do Sousa, considerada “a maior feira agrícola do Norte e Centro do país”, está de volta a Penafiel e quer retomar o importante impacto na economia local.

O presidente da Câmara de Penafiel, Antonino de Sousa, afirmou, hoje, na abertura do certame, que esta 41.ª edição “vai ficar para a história” e tem “um sabor especial”. “Depois de dois anos sem Agrival, depois de uma pausa forçada, este regresso traz uma alegria muito grande”, sustentou, relevando a importância do evento para os mais de 350 expositores que nele participam. “Esta é uma oportunidade extraordinária para promoverem os produtos e para fazerem negócios, para estabelecerem contactos, muitos deles para o resto do ano”, disse Antonino de Sousa, apontando o impacto directo e indirecto do evento na economia local e regional. “Para muitos a Agrival é a grande oportunidade para escoar produtos”, sendo que o impacto alastra à região pelos milhares de visitantes atraídos, fazendo-se sentir “muito para além dos muros do Pavilhão das Exposições”, acrescentou.

O presidente da Câmara destacou ainda os concertos que se realizam nestes dez dias, a animação nocturna que faz da Agrival “a queima das fitas do Tâmega e Sousa”, e a mostra gastronómica que tem alavancado também o evento.

“A Agrival está cá e volta em grande força. Volta com tudo o que já tinha, porque não nos esquecemos da origem da feira e o mundo rural foi o início, mas a marca da Agrival tem sido a de procurar ter algo de novo a cada edição para que a feira nunca deixe de gerar entusiasmo nos visitantes e não deixe de ser atraente e de referência”, explicou Antonino de Sousa.

Este ano as melhorias foram na acessibilidade, desde os bilhetes digitais que permitem evitar as filas ao transfer criado, em autocarro, entre o Campo da Feira e o recinto da Agrival, para aliviar a pressão no estacionamento. “Haverá autocarros a cada 15 minutos a fazer ligação com o Campo da Feira, onde há parque gratuito para 500 viaturas”, avançou.

Por outro lado, voltou a esclarecer que a actualização do valor das entradas passou a cinco euros, mas que a Agrival “continua a ser o certame com o valor mais baixo de todos os desta dimensão no país”, sendo o aumento sobretudo justificado pela actualização da taxa de IVA que subiu para 23%.

Críticas à ausência do Governo

Mais uma vez, nenhum membro do Governo se fez representar na abertura da Agrival, o que levou a novas críticas do presidente da Câmara.

“O Governo já não costumava vir cá. Lamentamos do ponto de vista institucional esta ausência, pelo menos da senhora Ministra. Não pela feira, que está bem lançada e não precisa disso para se promover, mas o mundo rural precisava desse conforto solidário da principal responsável política da pasta da Agricultura, mas nem para a abertura nem para nenhum dos 10 dias teve agenda”, criticou Antonino de Sousa, afirmando que foram endereçados convites ao primeiro-ministro e aos ministros da Agricultura e a da Economia.

“Nem todos sentiram muito a ausência da Agrival”, já que nenhum membro do Governo veio ou se fez representar, acrescentou, defendo que “as circunstâncias que estamos a viver, sobretudo no mundo rural, merecia que num dos 10 dias da feira viesse cá a senhora Ministra”. “A sua presença ia ser importante, um incentivo e um conforto a quem vive dificuldades”, lamentou o autarca.