O Museu Municipal de Penafiel recebeu, no dia 20, um debate sobre a eutanásia, que contou com a participação de dois oradores, Miguel Oliveira da Silva, obstetra-ginecologista no Hospital Santa Maria (Lisboa), professor catedrático de Ética Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e que integra o Bureau da DH-Bioética do Conselho da Europa; e Anselmo Borges, padre da Sociedade Missionária Portuguesa e autor de várias publicações sobre religião.

A iniciativa foi organizada pela Câmara Municipal de Penafiel e Vigararia de Castelo de Paiva – Penafiel.

Segundo nota de imprensa da Câmara Municipal de Penafiel, Susana Oliveira, vice-presidente da autarquia, destacou que se trata de um tema controverso. “É uma excelente oportunidade para partilharmos as nossas inquietações e ficarmos mais esclarecidos sobre esta temática”, sustentou.

Já Anselmo Borges, defendeu que é importante alertar a sociedade para esta “legislação enganadora”. “Nas nossas vidas, todos somos vencidos pela morte. A pessoa tem o direito de pedir que a matem, mas quem é que a mata? É essa a questão que temos de debater. Na perspectiva católica, o Papa Francisco tem sido muito claro. A única morte que é aceite é a chamada morte natural”, afirmou, de acordo com a nota de imprensa.

Miguel Oliveira da Silva, membro do Bureau da DH-Bioética do Conselho da Europa, sustentou que a eutanásia passa por antecipar a morte do doente, a pedido do mesmo. “Temos de partir do princípio que o doente que pede a eutanásia está livre e não está submetido a pressões internas e externas. Estou apreensivo porque são questões civilizacionais e até os profissionais de saúde têm dúvidas. Se a eutanásia for legalizada, o doente só o vai pedir a um médico que é a favor da mesma”, referiu.

A sessão foi moderada por Francisco Coelho da Rocha, director do Verdadeiro Olhar.