Fotografia: Bombeiros de Entre-os-Rios

Montalegre, Paredes e Penafiel lideram a lista dos 20 concelhos com maior número de incêndios rurais registados entre 1 de Janeiro e 15 de Agosto de 2019. No total, mostra o 4.º relatório provisório de incêndios rurais do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), houve 261 fogos florestais nestes concelhos desde o início do ano. Apesar disso, o volume de área ardida foi baixo.

Em Paredes, foram registados 135 incêndios rurais e arderam 11 hectares entre povoamentos e mato. Recorde-se que, no ano passado, segundo o Ministro da Administração Interna, o concelho de Paredes teve o maior número de incêndios de todo o país, com 337 ignições registadas até ao final de Novembro. Já nessa altura, apesar do elevado número de ocorrências, a área ardida era “quase irrisória”, apontava o governante.

No terceiro lugar da lista dos 20 territórios onde há mais ignições registadas desde o início de 2019 está Penafiel. Ali aconteceram 126 incêndios rurais até 15 de Agosto, tendo ardido 153 hectares de povoamentos, matos e área agrícola. No 12.º lugar da lista está Valongo, onde arderam 50 hectares resultado de 75 incêndios. Mais abaixo, em 19.º lugar, está Paços de Ferreira, onde aconteceram 67 fogos que queimaram apenas cinco hectares de povoamentos e matos, explica o ICNF.

Infografia: ICNF

“Os concelhos que apresentam maior número de incêndios localizam-se maioritariamente a Norte do Tejo e caracterizam-se por elevada densidade populacional, presença de grandes aglomerados urbanos ou utilização tradicional do fogo na gestão agro-florestal. Estes vinte concelhos representam 26% do número total de ocorrências e 10% da área total ardida”, acrescenta a mesma fonte.

Mais de sete mil incêndios no país

O documento adianta que, no país, foram registados no período em análise um total de 7.192 incêndios rurais que resultaram em 26.198 hectares de área ardida, entre povoamentos (13.901 hectares), matos (8.767 ha) e agricultura (3.530 ha). Em 2018, até 15 de Setembro, mostra outro relatório provisório da mesma entidade, aconteceram 9.725 incêndios rurais que resultaram em 38.223 hectares de área ardida.

“Comparando os valores do ano de 2019 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 43% de incêndios rurais e menos 63% de área ardida relativamente à média anual do período. O ano de 2019 apresenta, até ao dia 15 de Agosto, o segundo valor mais reduzido em número de incêndios e o segundo valor mais reduzido de área ardida, desde 2009”, conclui o ICNF.

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Este ano, os incêndios com área ardida inferior a um hectare são os mais frequentes (84 % do total de incêndios rurais). Houve apenas um incêndio com área ardida superior ou igual a 1.000 hectares. Aconteceram ainda assim 34 “grandes incêndios” no país, com área ardida total igual ou superior a 100 hectares, de que resultaram 17.379 hectares de área ardida, cerca de 66% do total. O maior aconteceu em Vila de Rei, Castelo Branco.

Do total de 7.192 incêndios rurais verificados este ano, 5.229 foram investigados (73% do número total de incêndios). Para 3.488 incêndios foi encontrada causa. As mais frequentes são queimadas de sobrantes florestais ou agrícolas (22%) e incendiarismo – imputáveis (23%), explica o ICNF.

Os distritos com mais incêndios são Porto (1.136), Lisboa (600) e Braga (563). Foram na sua maioria de reduzida dimensão. “No caso específico do distrito do Porto a percentagem de incêndios com menos de um hectare de área ardida é de 94%”, refere a entidade.