Uns poucos ruidosos

Por estes dias, a propósito da morte de George Floyd, o negro norte-americano assassinado pela polícia, têm surgido diversas iniciativas que chegaram à Europa a exigir, entre outras coisas, a retirada de poder às forças policiais. Em Portugal, alguns movimentos de extrema-esquerda, meia dúzia de gatos-pingados ruidosos, exigem, inclusive, o desarmamento das polícias.

É verdade que o sistema não é perfeito e que, por vezes, há quem ultrapasse os seus poderes. Mas, na generalidade, as polícias portuguesas são um garante da lei e funcionam bem. Sem a intervenção das forças policiais, viveríamos num Estado onde prevaleceria a lei do mais forte. Para garantir que os mais fracos não são esmagados pelo poder dos mais fortes, existem as polícias, que são fundamentais para garantir a segurança dos cidadãos, a manutenção da ordem e a aplicação das decisões judiciais.

 

Os taliban foram uns visionários

Em Março de 2001, o mundo ficou em choque quando os taliban destruíram uma estátua de Buda com 55 metros de altura, construída há mais de 1500 anos e que estava no centro do Afeganistão. Afinal, quase 20 anos depois, o Ocidente chamado urbano e culto reproduz basicamente os mesmos gestos de selvajaria cultural e ignorância histórica.

Escudados numa fingida acção de manifestação contra a morte de George Floyd, vários grupos extremistas americanos e europeus desataram a destruir de forma gratuita estátuas como se fosse possível alterar a história. Na verdade, estamos a assistir a um exibicionismo da censura e a uma tentativa de perseguição do pensamento e da memória colectiva. As estátuas que tentam derrubar representam sinais de um tempo que fez e fará sempre parte da cultura e da História. É necessário travar estas multidões que não pensam.

 

“A História não serve para nada…

… mas quem não sabe História não sabe nada.” Lembrei-me desta frase de um professor de História Económica e Social a propósito da vandalização da estátua do Padre António Vieira. Com tantas estatuas de heróis do tempo dos Descobrimentos, foram embirrar com a de um sacerdote humanista conhecido por, entre outras coisas, se opor à forma como os índios e os escravos negros eram tratados no Brasil? O Padre António Vieira era respeitado pelos povos que tentava evangelizar ao ponto de ser conhecido entre os indígenas como “Pai Grande”.

A vandalização de estátuas e monumentos é um acto de selvajaria cultural e, pelo que se percebe, praticado por extremistas malformados, ignorantes e militantes do pensamento único. É necessário travar este comportamento de grupo irresponsável e acéfalo antes que cause mais estragos ao património colectivo.