O voluntariado já faz parte da vida de Rita e Sofia Correia há alguns anos. As irmãs gémeas de Lousada, de 24 anos, partem este domingo (dia 27 de Novembro) para Moçambique, onde vão abraçar uma missão solidária durante seis meses e ajudar crianças no que toca à alimentação, higiene e estudos.

Na bagagem não levam expectativas. Apenas vontade de dar amor. “Vou de coração e braços abertos”, garante Rita Correia.

As duas jovens, de Lousada (S. Miguel) integram a associação Juventude Mariana Vicentina (JMV) e vão desenvolver voluntariado no âmbito do projecto de missão Ad´Gentes ‘Renascer Pra Esperança’, em Chinhacanine, no distrito de Xai-Xai, província de Gaza.

Durante os últimos anos, Rita e Sofia já integraram várias missões solidárias no país, mas esta será a primeira além-fronteiras. “A partir do momento em que estamos ligados a um movimento católico e praticamos missões acho que chegamos a um ponto em que sentimos que há um chamamento maior, maior do que nós. Vamos abraçar este projecto e dar amor”, diz Rita Correia.

“Não costumo criar muitas expectativas. As coisas surgem naturalmente. Vou chegar lá e viver o que tiver que viver e não o que outros já viveram. Vou de coração e braços abertos para o que tiver que acontecer e não com base no que ouvi de pessoas que já lá estiveram”, explica a jovem.

As gémeas vão sozinhas e já sabem que vão encontrar uma realidade muito diferente. “No início será uma chapada, é normal. São outras culturas e outras pessoas. Mas eu acho que temos de não ter medo do que vamos ver e ouvir, chegar lá e viver como eles e ser africana, adaptarmo-nos àquela realidade”, antecipa a lousadense.

As irmãs irão trabalhar com crianças, assegurando a alimentação, a higiene e apoio ao estudo aos miúdos que estão inscritos no centro da missão ‘Renascer Pra Esperança’, que ajuda cerca de 120 crianças.

“Este projecto existe há cerca de seis anos. Tem recebido vários jovens cristãos da Juventude Mariana Vicentina e a missão é contínua”, refere Rita.

As jovens não estão preocupadas com as condições em que vão viver. “O mais importante é o que vamos fazer e não se vamos dormir num colchão melhor ou pior”, sustenta, como exemplo.

Durante os seis meses em que lá vão estar esperam “contribuir para o desenvolvimento daquelas crianças e dar-lhes ferramentas” para que, depois de regressarem, elas possam “construir o seu futuro e querer mais e querer continuar num caminho da educação”.

As gémeas de 24 anos terminaram agora a formação superior. Rita fez curso de Engenharia Mecânica e Sofia terminou o mestrado em Bioquímica. Vão aproveitar que ainda não estão a trabalhar para embarcar nesta aventura.

Fazem parte do Grupo de Jovens da JMV de Lousada (São Miguel) desde 2016. De lá para cá já têm participado em campos de missão em lares de idosos e com crianças nas férias de Natal e Páscoa e nas missões de Verão da Juventude Mariana Vicentina. Rita também já participou num projecto associado ao Santuário de Fátima, com crianças com deficiência, e numa missão da universidade. “O voluntário faz parte do meu ser”, assume. E tem a certeza que, quando regressar de Moçambique, quer continuar a ajudar as pessoas.