Os amantes das caminhadas pela natureza têm agora mais um espaço público do qual podem desfrutar. A Lipor inaugurou, esta quinta-feira, o Passadiço do rio Tinto. Uma estrutura que acompanha o curso de água numa extensão cerca de 700 metros,  na zona que passa junto da Lipor e do Parque Aventura. Este foi o primeiro passo para o passadiço que, no futuro, poderá ter oito quilómetros, num percurso que irá unir Ermesinde até Campanhã, no Porto.

Foto: I.R.M./Verdadeiro Olhar
Foto: I.R.M./Verdadeiro Olhar

O Passadiço do rio Tinto que tem por objectivo promover o contacto da população com o curso de água, “ajudando na sua protecção, divulgação e preservação” surge integrado na estratégia de promoção da biodiversidade da Lipor. De destacar que na construção do passadiço, lancil e mobiliário urbano foram utilizados plásticos mistos 100 por cento reciclados, num total de cerca de 10 toneladas. O passadiço pode ser utilizado a partir do Parque Aventura, que funciona de Maio a Setembro, ou a partir do apeadeiro da Palmilheira.

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Aires Pereira, presidente do Conselho de Administração da Lipor, destacou a importância da revitalização do rio Tinto, sublinhando que o trabalho da Lipor nesta área começou há cerca de um ano com a abertura da acessibilidade ao Parque Aventura desde do apeadeiro da CP da Palmilheira, a partir do qual chegam muitos grupos que aqui têm o primeiro contacto com este curso de água. O responsável anunciou que o agora inaugurado passadiço é o “mote para o que poderão ser cerca de oito quilómetros de um percurso que poderá unir Ermesinde, desde aqui da Lipor, até Campanhã”. “É nossa firme predisposição e convicção que, daqui por um ano, os trabalhos de valorização do rio Tinto estarão num estágio de desenvolvimento muito elevado e sempre na lógica de aproximar os cidadãos ao rio “, acrescentou.

José Manuel Ribeiro destacou os “passos importantes” dados este ano no Ambiente

Presente na inauguração, o presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro, destacou os “passos importantes” dados este ano no que ao Ambiente diz respeito, onde se inclui a inauguração do passadiço. “Este é um ano especial para Valongo, Gondomar e Paredes”, sublinhou, aludindo à criação do Parque das Serras do Porto. Enaltecendo o trabalho que está a ser desenvolvido pela Lipor, José Manuel Ribeiro não deixou de recordar os tempos complicados vividos pela população de Ermesinde quando na Lipor existia a Fertor e o aterro sanitário e a luta desenvolvida. “Estou feliz por estarmos a dar este passo”, disse, salientando a “qualidade de vida” proporcionada e ansiando pela ligação de oito quilómetros. Ligação essa que é um “grande sonho” de Marco Martins, presidente da Câmara de Gondomar, que considera ser concretizável nos próximos anos, deixando à Lipor o desafio de prolongar o passadiço para jusante.

Projecto de despoluição do rio Tinto complementa iniciativa da Lipor

Pimenta Machado, director regional da Agência Portuguesa do Ambiente na ARH do Norte, louvou a iniciativa da Lipor, sublinhando que esta “será complementada com um grande projecto de despoluição do rio Tinto”, de grande valor financeiro e que será alvo de uma candidatura a fundos comunitários, no âmbito do POSEUR. Até ao final do ano, sublinhou, espera-se ser possível dar “um grande passo” no projecto de despoluição do rio Tinto.

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O rio Tinto nasce no lugar de “Montes da Costa”, na freguesia de Ermesinde, e sendo um pequeno afluente do rio Douro, desagua na sua margem direita, na zona do Freixo, freguesia de Campanhã, concelho do Porto. A bacia hidrográfica do Rio Tinto tem uma área de aproximadamente 23,5 quilómetros quadrados, abrange os Concelhos de Valongo, Gondomar, Maia e Porto, sendo que o curso de água cerca de 12 quilómetros de comprimento. De referir ainda que  a Lipor tem implementado um Programa de Monitorização para Avaliação da Qualidade da Água e dos Sedimentos do rio Tinto, de modo a contribuir para a identificação das causas de degradação da qualidade da água. Esta avaliação será concretizada pela definição de parâmetros físico-químicos e biológicos representativos, num conjunto de locais seleccionados no curso do rio, considerando-se o seu percurso desde a nascente à foz. Após essa avaliação, está previsto a definição de um conjunto de intervenções para a recuperação do rio e das suas margens. Este projecto tem como parceiros da LIPOR, os municípios de Valongo, Gondomar, Maia, Porto, as Águas de Gondomar, SA., as Águas do Porto, a Universidade Fernando Pessoa e a Agência Portuguesa do Ambiente, I.P./Administração da Região Hidrográfica do Norte, as Águas de Valongo, SA., as juntas de Freguesia de Rio Tinto, Ermesinde, Águas Santas, Baguim do Monte e Campanhã.