A Assembleia de Freguesia de Vilela reuniu, mais uma vez, no passado dia 19, para tentar eleger o terceiro elemento que vai compor o executivo. Mas o encontro terminou sem consenso entre PSD, PS e CDS-PP.

Recorde-se que Mariana Machado Silva, candidata do PSD, venceu as eleições de Outubro sem maioria. A Assembleia de Freguesia ficou com quatro representantes do PSD, três do PS e dois do CDS-PP.

Numa das anteriores reuniões já foi eleita, para secretária do executivo, uma representante do PS, mas Mariana Machado Silva diz que não abdica da eleição de um elemento do PSD em terceiro, para ocupar a posição de tesoureiro.

Esta terça-feira, voltou a propor os nomes de José Cruz, ex-presidente da junta, e José Ferreira da Silva, tesoureiro no anterior mandato, que foram rejeitados pela oposição.

“Vou continuar as tentativas para resolver a questão marcando novas reuniões. A situação de impasse já não passa por falta de cedência da minha parte porque o segundo lugar já foi atribuído ao partido mais votado. Agora quero um elemento de confiança na minha equipa”, defende Mariana Machado Silva. “Não se trata de teimosia, mas não compreendo a posição do PS que é contraproducente. Elegeram um elemento para o executivo e agora não o deixam trabalhar”, critica a presidente da Junta.

A autarca espera que a oposição perceba, a curto prazo, o que está em causa e “mude de postura”, acabando com esta “perrice injustificada”. Mariana Machado Silva afirma ainda que um executivo tripartido está fora de questão.

Até a situação estar sanada, a Junta de Freguesia de Vilela vai continuar a funcionar tendo por base o orçamento de 2017, em gestão corrente. “Mesmo assim temos conseguido realizar iniciativas e a acção social foi mantida”, realça. “O impasse não é benéfico para ninguém mas a junta vai continuar a trabalhar”, garante ainda. Recorde-se que a autarca já tinha demonstrado estar preparada para uma gestão por duodécimos.

“Os eleitores deram um aviso ao PSD de que era preciso mudar algo. Por isso perderam a maioria. Não concordamos com os nomes do antigo presidente da junta e antigo tesoureiro que não representam a mudança expressada pelo voto popular. Queremos elementos diferentes do executivo anterior”, defende por seu lado Rui Machado, candidato do PS nas autárquicas de Outubro. O socialista diz que ainda acredita que vão encontrar solução. “Quatro anos assim só prejudicam a freguesia”, sustenta.

Já Carlos Moura, secretário da junta de Vilela no anterior mandato e candidato do CDS-PP nestas autárquicas, diz que Mariana Machado Silva “não está em prol da freguesia, está em prol de um partido”. “A freguesia já disse que não quer aqueles senhores”, sustenta.

“Até agora tentamos o diálogo e ficou provado que queríamos resolver o problema. Acredito que ela vai governar em duodécimos pelo tempo necessário. A presidente não cede desde o início e tem que perceber que não tem a maioria”, frisa Carlos Moura.