Foto: Ana Regina Ramos/Verdadeiro Olhar

Castanhas e vinho, alguns dos principais ingredientes das festividades do São Martinho, não vão faltar até ao dia 20 de Novembro, em Penafiel.

A programação iniciou esta sexta-feira, na Quinta de Puços, junto ao Largo da Ajuda. À entrada já se sente o cheiro a castanhas assadas e carne na brasa e, na tenda gigante, a cor bordô prevalece no interior das várias canecas que as pessoas seguram.

Foto: Ana Regina Ramos/Verdadeiro Olhar

O casal penafidelense Maria Braga e José Aguiar vende castanhas naquela zona há cerca de 26 anos e vão lá permanecer, este ano, até ao último dia. Garantem que toda a gente, de qualquer idade, compra e que o negócio “está razoável”.

São amantes deste fruto, mas dizem que, enquanto estão a trabalhar, “não apetece comer castanhas”, só passados uns dias.

Até ao Natal, dedicam-se à venda deste alimento também noutras zonas da cidade e depois mudam de ramo – dedicam-se a outras actividades, como a venda de pipocas, algodão doce e brinquedos.

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Quanto ao vinho novo, “é bom”, garante Vitorino Ferreira, presidente da Adega Cooperativa de Penafiel, referindo que toda a gente vai beber uma caneca ou malga de vinho. “Qualquer adega traz para aqui os melhores vinhos, o melhor lote e todos são bons, cada um com as suas características, dos micro-climas”, acrescenta, referindo que, nesta edição, estão “a fazer uma experiência com branco, no sentido de ver qual é a intenção do público relativamente a esse tipo de vinho”.

Foto: Ana Regina Ramos/Verdadeiro Olhar

Este ano, as quatro adegas (Penafiel, Amarante, Lousada e Felgueiras) esperam vender aproximadamente 40 mil litros de vinho, refere, aconselhando que os melhores dias para desfrutar “em sossego” são durante a semana.

Este evento de “grande impacto na economia local” vai durar, desta vez, 12 dias por uma questão relacionada “com o calendário”, para incluir o dia 9, que faz parte do fim-de-semana, na programação, explica o presidente da Câmara Municipal de Penafiel, Antonino de Sousa.

“Hoje, o São Martinho já não é aquela feira que traz apenas as pessoas das aldeias mais distantes aqui da cidade, do concelho, ou de concelhos mais do interior até do país. Acaba por ser um certame que atrai muitos jovens. Acho que é essa vertente do lazer, da diversão e transformou-se efectivamente numa feira que é apelativa para todas as classes e para todos os níveis etários”, nota o autarca.

Até dia 20, Penafiel vai ter diversas actividades, venda de artesanato, mostra de gado e também a tradicional feira, que reúne “mais de 300 feirantes”.

Local onde decorrem as provas de vinho novo vai ter uma praça

Segundo explica ainda Antonino de Sousa, o local onde actualmente decorrem as provas do vinho e existe a zona da restauração deste evento vai ter, futuramente, uma praça, “que provavelmente vai ser a Praça do São Martinho”, como uma homenagem. “Estamos ainda a avaliar se é compatível ou não manter este espaço. Se não for exactamente com estas características como agora aqui está, com outras, mas gostávamos de manter a tradição do São Martinho, da prova do vinho, das castanhas assadas aqui neste local, ainda que com dinâmicas diferentes, porque a praça vai ter outras condições”, acrescenta.

A ideia da praça é de ser “um espaço de estar, de conviver” e vai servir de “apoio ao centro cultural” (o chamado Ponto C, que irá ser construído ali perto), para a realização de eventos ao ar livre, por exemplo.

Os projectos já existem e pertencem à mesma empreitada e, segundo garante o presidente, o do Ponto C “está numa fase de conclusão”, sendo o objectivo “lançar o concurso ainda este ano” e “que se possa concretizar neste mandato”. “Admito que são processos de grande complexidade. Pode não ser possível chegar ao final do mandato e estar tudo concluído, agora tudo faremos para que ande com a maior celeridade possível”, conclui.