O Governo irá tentar encontrar nos fundos comunitários forma para adquirir um autoescada para os Bombeiros Voluntários de Penafiel. Quem o garante é o presidente da Câmara Municipal local, Antonino de Sousa que, nesta segunda-feira, reuniu-se com o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes. Nesse encontro participou também o presidente e o 2º comandante da corporação penafidelense, respectivamente Eduardo Nunes e Fernando Campos.

A necessidade de uma autoescada no Vale do Sousa ficou latente quando os bombeiros não puderam recorrer a este tipo de equipamento, durante o combate a um incêndio que destruiu, no início do ano, duas habitações situadas no centro da cidade de Penafiel.

 

Equipamento para o Vale do Sousa

A novidade é revelada pelo próprio Antonino de Sousa. “Foi uma reunião profícua. O secretário de Estado ficou sensibilizado para a necessidade de equipar os Bombeiros de Penafiel com uma autoescada e assumiu que se iria o empenhar em encontrar mecanismos de financiamento”, revelou o autarca penafidelense. Antonino de Sousa acrescenta que os fundos para a compra desse equipamento deverão sair do quadro comunitário 2020, que poderá suportar até 75 por cento do custo total da autoescada. Se tal acontecer, os restantes 15 por cento serão pagos, assume Antonino de Sousa, pela autarquia de Penafiel.

Caso a aquisição da autoescada se concretize, o secretário de Estado pretende que esta sirva o concelho de Penafiel, mas também os restantes concelhos do Vale do Sousa. “A sua utilização seria coordenada pela Autoridade Nacional de Protecção Civil”, explica o edil.

 

Região sem autoescada

Os Bombeiros de Penafiel já tiveram uma autoescada. Porém, o equipamento comprado, em segunda mão, há mais de 30 anos tombou, no Verão passado, durante um fogo que deflagrou numa fábrica de pneus. Assim, quando no início deste ano, as chamas atacaram duas casas situadas no segundo andar de um prédio da zona histórica foi necessário requisitar a autoescada dos Bombeiros de Baltar. Mas esta avariou quando ia começar a ser utilizada. Desta forma, os bombeiros tiveram de combater o fogo a partir do chão ou das varandas dos prédios adjacentes.

O tema gerou também uma controvérsia política. Os vereadores do PS propuseram em reunião de Câmara que a autarquia comprasse, a expensas próprias, uma autoescada, mas a maioria PSD/CDS recusou a medida. “É chocante assistirmos a uma gestão que gasta milhares de euros em obras onde a relação custo/beneficio não existe e recusa esta proposta”, começou por afirmar André Ferreira, antes de enumerar como exemplos o investimento de 40 mil euros “num denominado banco sustentável que carrega telemóveis, que já nem funciona convenientemente”, a renovação da “frota automóvel do carro da presidência e vereação” e o custo de “milhares de euros numa revista municipal”. “A Câmara lamenta a atitude populista e demagógica com que o PS tem tratado uma questão tão importante como esta”, respondeu o executivo, que lembrou que uma reunião com o Governo (que aconteceu agora) já estava marcada para discutir o assunto. “Seria uma desconsideração pelo governante tomarmos uma decisão sem o ouvir”, sustentou então.