mais de uma semana que os 150 funcionários de uma empresa de Lousada fazem turnos à porta da fábrica. O processo de insolvência da Sioux Portuguesa já deu entrada no tribunal, assumem, mas mantêm-se em frente às instalações, de dia e de noite, para salvaguardar o património até que venha ao local um administrador de insolvência.

Não têm salários em atraso, mas esperam conseguir fazer valer os seus direitos.

Os trabalhadores da fábrica de calçado de Boim confessam-se cansados. “Esperamos que isto não seja necessário por muito mais tempo”, diz Liliana Ribeiro.

“Na quinta-feira da semana passada, vários advogados confirmaram que o processo de insolvência deu entrada no Tribunal de Amarante, mas temos continuado na fábrica, dia e noite, até que o administrador de insolvência nomeado cá venha”, explica a funcionária.

Recorde-se que há gente que trabalha nesta fábrica há mais de 30 anos e há casais com os dois elementos ali empregados.

Os trabalhadores estão à porta desde segunda-feira da semana passada.

Na semana anterior tinham sido dispensados por falta de encomendas e, depois de pagar salários e retirar os letreiros identificativos da marca do edifício a empresa simplesmente não abriu portas. Depois da intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e de um sindicato, os trabalhadores conseguiram uma declaração de empresa que os autorizava a ficar em casa, “mantendo o vínculo laboral e a remuneração”. Ainda assim, até porque muitos trabalham na empresa há vários anos, com medo de ficar sem os direitos, mantiveram-se em frente às instalações.