Os Bombeiros Voluntários de Valongo têm, desde há um mês, três novos e especiais elementos na equipa: um do sexo masculino e dois do sexo feminino. São voluntários e estão aptos para acompanhar qualquer uma das equipas de busca e salvamento da corporação, desde as equipas de grande ângulo, mergulho ou águas bravas. Chamam-se Sasha, Tracy e Boss. São os cães que, com Pedro Baptista e Pedro Silva, constituem a recém-criada equipa cinotécnica dos Bombeiros de Valongo.

equipa cinotécnica

São poucas as corporações que podem afirmar que estão preparadas para acorrer a qualquer situação e em qualquer área. Valongo pode agora fazê-lo. Como afirma Bruno Fonseca, comandante desta corporação, “Valongo, a nível distrital, está preparado para actuar em todo o distrito e fora, em todas as áreas”. A equipa cinotécnica, sublinha Bruno Fonseca, é uma “mais valia”, explicando que esta nova equipa será accionada sempre que qualquer outra, como a de grande ângulo (salvamento em altura e profundidade), mergulho ou águas bravas, seja accionada para busca e salvamento. O accionamento acontecerá também sempre que a equipa cinotécnica da corporação vizinha de S. Pedro da Cova for solicitada e vice-versa. Protocolada está também a colaboração com a Unidade Canina de Resgate e Salvamento de Madrid. A equipa está também disponível para as buscas fora do distrito, caso seja accionado pelo CDOS, com a devida autorização do comando. Com a integração da equipa cinotécnica, os Bombeiros de Valongo, cuja corporação tem 85 homens no activo e 32 funcionários, dispõe da totalidade de equipas específicas existentes no que à busca e salvamento diz respeito.

Pedro Baptista e Pedro Silva, com o comandante Bruno Fonseca
Pedro Baptista e Pedro Silva, com o comandante Bruno Fonseca

Membros da equipa encontraram patrocínios e adquiriram veículos

E tudo isto com investimento zero da corporação. Os mentores da equipa, Pedro Baptista e Pedro Silva, procuraram os patrocínios (clínicas veterinárias que garantem tratamento, vacinação e alimentação dos animais, bem como empresas que fornecem o fardamento e placas identificativas), adquiriram as carrinhas para o transporte dos cães e dos equipamentos de salvamento de animais e pessoas, num investimento global e pessoal superior a 20 mil euros, prepararam todo o projecto e apresentaram-no imaculado ao Comando e à direcção dos Bombeiros de Valongo. A mais valia foi desde logo reconhecida, aceite e integrada na corporação.

Pedro Baptista, que veio para Valongo transferido da corporação de S. Mamede Infesta, e Pedro Silva, voluntário em Valongo, já se conheciam e rapidamente conciliaram o gosto pelo socorro e pelos animais, decidindo-se pela constituição da equipa cinotécnica, até porque “Valongo tem grandes áreas. Temos a serra, onde já a aconteceram vários desaparecimentos, temos os poços com algumas situações de desaparecimento e a corporação tem outras valências como o grande ângulo, equipa de mergulho, de águas bravas se complementam numa busca de pessoa desaparecida”. Pedro Baptista não tem dúvida que a “equipa cinotécnica é uma mais valia”, salientando que o “faro do cão é brutal e enquanto o cão consegue bater uma área em dois ou três minutos, o homem demora duas ou três horas”. “É bom para a vítima que tem socorro mais rápido e para os bombeiros porque facilita a busca e o socorro”, frisa.

A Sasha, a Tracy e o Boss, quando não estão em treinos ou nas buscas ficam em casa de Pedro Baptista e Pedro Silva, voluntários que além de companheiros de equipa são os seus proprietários e seus cuidadores. A equipa ainda não foi accionada para nenhuma situação real de busca e salvamento, mas têm treinado semanalmente e dado formação de primeiros socorros para outros bombeiros.