Foto: Ana Regina Ramos

Desde miúdos aos mais graúdos, foram dezenas os amantes de bicicletas antigas que se juntaram na Praça da Escritaria, em Penafiel, no sábado, para a Segunda Concentração de Bicicletas Antigas a Pedal.

Os participantes, alguns vestidos à moda antiga, vinham de todo o concelho, mas também de outras localidades próximas como Lousada, Paços de Ferreira e Marco de Canaveses.

De tarde, depois de uma aula de “indoor cycling” e de um piquenique partilhado, assim que chegaram os 42 inscritos ao local de partida, na Praça da Escritaria, avançaram em direcção ao Jardim do Sameiro e percorreram cerca de seis quilómetros pela cidade.

Foram 34 os inscritos que participaram, segundo a organização, uma vez que os restantes só estiveram na concentração por já não poderem andar de bicicleta, como foi o caso de Agostinho Moreira e Manuel Reis, ambos com 76 anos, e Joaquim Ribeiro, com 81 anos.

Foto: Ana Regina Ramos

Para os mais novos, pedalar com estes veículos do tempo dos pais e avós foi “muito divertido”, como se fosse uma brincadeira, mas também foi “complicado”, como explicou Maria Leal, de oito anos, que ganhou uma distinção como uma das mais novas presentes no evento.

Tanto para ela como para outros participantes foi difícil o regresso, devido às várias subidas existentes. Então, puseram-se ao lado das suas bicicletas e empurraram-nas à mão até ao final, já com o cansaço bem visível nos rostos.

Regina Coelho, de 11 anos é outra das participantes mais novas que recebeu uma distinção e disse que aprendeu a andar de bicicleta apenas este ano. “Foi bom por termos vindo, então, ganharmos um prémio ainda nos sentimos mais importantes. Vai incentivar a andar ainda mais de bicicleta, com a mais antiga, por saber que recebi um prémio por causa dela”.

Foto: Ana Regina Ramos

Sentado ao lado dos amigos Gonçalo, Regina, Maria e Joana, estava Jorge Leal, o concorrente mais novo em prova, com pouco mais de três anos. Disse que a mãe é que o ensinou a pedalar e que a bicicleta que estava a usar tinha 12 anos.

Chegada ao final da partida, Joana Almeida, de 11 anos, estava cansada e quis logo tirar os sapatos. Estava vestida à moda antiga, com roupas “guardadas lá no fundo do guarda-fatos”, referiu a mãe, mas que lhe valeram o primeiro prémio como a mais bem trajada. Joana disse que “raramente anda de bicicleta”, mas que decidiu participar a pedido do avô e achou “divertido”.

Foto: Ana Regina Ramos

Maria da Graça Moreira e Alice Silva, ambas de Lousada, venceram o segundo e terceiro prémios das mulheres mais bem trajadas, respectivamente.

Para Artur Mendes, que tem como hobby praticar BTT, participar num evento como este está “carregado de simbolismo e sentimento”, “é uma decisão moral”. “É quase uma vivência de uma família, claramente aqui três gerações, e portanto, é realmente um misto de tristeza e alegria”, descreveu emocionado. Explicou que a bicicleta que trouxe era do pai e tem mais de cem anos; foi nela que Artur Mendes aprendeu a andar, tendo sido depois oferecida ao seu filho mais velho.

Foto: Ana Regina Ramos

O prémio de homem mais bem trajado foi para este penafidelense, que levou uma “roupa clássica, com para aí mais de 30 anos”, praticamente estreada no dia. “Tenho sempre a preocupação, mesmo no dia-a-dia, de algo ter a ver sempre com alguma coisa, quanto mais não seja com o meu estado de espírito”, referiu.

Para além de Artur Mendes, também os penafidelenses José Ferreira e José Pinheiro conquistaram o segundo e terceiro prémios de homens mais bem trajados.

No final, houve um convívio com sandes e bebidas à mistura entre todos os participantes que procuravam uma sombra onde descansar.

Nesta edição esteve exposto um triciclo com 116 anos, que foi “cedido por um senhor de 92 anos”, conta Serafim Leal, responsável pela Associação São João do Sameiro, organizadora do evento.

“Depois, temos algumas bicicletas mais recentes para chegar às crianças, meter-lhes já o vício, para que amanhã fique alguém para organizar da maneira que fazemos”, continuou.

O responsável explicou também que um dos objectivos da associação é “criar novas coisas aqui no Sameiro”.

Foto: Ana Regina Ramos

“Felizmente, no ano passado, o sonho passou a realidade, ultrapassou todas as expectativas. Este ano, não foi àquilo que pretendíamos porque, infelizmente para nós organizadores, felizmente para a cidade, o dia está repleto de eventos e o pessoal tem que estar repartido. Mas correu tudo bem, há alegria, há harmonia”, contou, garantindo que, para o ano, o evento vai passar a ser ao domingo para conseguir abranger mais pessoas.