Há uns dias, fui com o meu filho mais velho fotografar o nascer do dia junto ao Rio Sousa, na zona da Senhora do Salto, em Aguiar de Sousa. Quando lá chegámos, perto das 6h30, encontrámos imensa espuma junto das quedas de água e um rio castanho opaco, sinais evidentes e terríveis de poluição.

Por ser um dos elementos identificadores da região, seja ao nível da paisagem, da história e da cultura, seja pelo seu relevo enquanto importante recurso hídrico para actividade agrícola no Vale do Sousa, estas sistemáticas descargas para o rio deveriam ser alvo de medidas efectivas e mais eficazes no combate à grave poluição que o afecta.

Há muito que o Rio Sousa apresenta uma elevada degradação ambiental, quer em consequência de uma intensa actividade agrícola na sua bacia, quer de descargas poluentes industriais (tais como, por exemplo, as que acontecem frequentemente na freguesia da Sobreira, no concelho de Paredes), descargas de esgotos urbanos em zonas sem saneamento básico ou despejos de vacarias da região, para dar alguns exemplos. Por isso, é necessário identificar, denunciar e encontrar soluções para prevenir este tipo de crimes ambientais.

O Rio Sousa é um factor identitário de toda uma região. Por isso, parece-me importante que a Associação de Municípios do Vale do Sousa fale a uma só voz no que toca à preservação do rio. Creio que é essencial a definição de uma estratégia política ambiental comum a todos estes concelhos, comprometida e com uma visão integrada dos vários factores que interferem na qualidade da água fluvial. É urgente voltarmos a ter um rio vivido e com vida.