À semelhança do que aconteceu nos últimos anos, João Oliveira e Rui Silvestre, chefs naturais do concelho de Valongo, renovaram as Estrelas Michelin para os restaurantes cuja cozinha lideram, para o ano de 2022. Já Arnaldo Azevedo, também de Valongo, foi premiado pela primeira vez.
Os galardões foram entregues ontem, em Valência, Espanha, numa gala considerada como “os óscares” da gastronomia, pelo Guia Michelin ibérico.
Em Portugal há cinco novas “estrelas” a identificar “cozinhas de grande nível” – restaurantes “Al Sud” (Lagos), “A Ver Tavira” (Tavira), “Cura” (Lisboa), “Esporão” (Reguengos de Monsaraz) e “Vila Foz” (Porto). O país mantém todas as distinções anteriores, passando a contar com sete restaurantes com duas estrelas e 26 com uma estrela Michelin.
Mais uma vez, foi reconhecida a qualidade da cozinha do “Vista”, em Portimão, cuja cozinha é liderada pelo chef João Oliveira e Vistas, em Vila Nova de Cacela, com o chef Rui Silvestre.
Recorde-se que Rui Silvestre nasceu em Valongo, mas vive no Algarve desde os 10 anos de idade. “Em busca de inspiração para novos pratos e de novas técnicas culinárias, para descobrir outras culturas e sabores, Rui passou sete anos em restaurantes franceses, suíços e húngaros”, trabalhando em França num restaurante com três estrelas Michelin, lê-se no site do Vistas.
“Em 2015, Rui alcançou a sua primeira estrela Michelin, tornando-se o mais jovem chef português de sempre (com 29 anos de idade) a ganhar este reconhecimento tão cobiçado. Feito que repetiu em 2019 trazendo para o Restaurante Vistas e Sotavento Algarvio a primeira Estrela Michelin” e novamente em 2020.Ainda segundo o restaurante, o chef valonguense utiliza “técnicas francesas” e procura fundir “sabores improváveis”, combinando “os melhores produtos da terra e do mar, de uma maneira inovadora”, evocando todos os sentidos e preservando o sabor autêntico.
Já João Oliveira, natural de Campo, viu o gosto pela cozinha surgir quando, ainda jovem, teve de ajudar a tratar dos avós e a cozinhar para eles. Jogou futebol no SC de Campo e chegou a ser árbitro. “Formou-se na Escola Profissional Infante D. Henrique, no Porto, como Técnico de Cozinha em 2006, e desde então tem passado pelas maiores referências gastronómicas de Portugal, nomeadamente no restaurante Largo do Paço, em Amarante e com uma estrela Michelin, no The Yeatman Hotel, onde foi Subchefe durante quatro anos, também com uma estrela Michelin, bem como no restaurante do Vila Joya, premiado com duas estrelas Michelin”, refere o restaurante Vista.
Assumiu a chefia do Vista em 2015 e, em 2019, foi galardoado pela Academia Internacional de Gastronomia “Chef de L’Avenir” e conquistou para o Vista uma estrela Michelin e um “Garfo de Ouro” 2020 do semanário Expresso, lê-se ainda no site.
Ambos os chefs foram galardoados com Medalhas de Mérito do Município de Valongo recentemente.
Arnaldo Azevedo é estreante. É o chef do Vila Foz, no Porto, que conseguiu uma estrela este ano. “O estilo é jovial e descontraído, mas o foco é certeiro e irrepreensível. Há uma irreverência no olhar compenetrado do chef Arnaldo Azevedo que se traduz na ousadia das suas propostas”, lê-se no site do restaurante. A mesma fonte explica que “tudo começou num negócio de família, onde descobriu a paixão pela cozinha” e que é “filho de um chef com quem partilha o nome para além da vocação” deu os primeiros passos no restaurante familiar antes de decidir frequentar o curso de cozinha da Escola de Hotelaria de Santa Maria da Feira. Depois vieram “outras experiências” que contribuíram para “moldar o seu percurso e definir a personalidade da sua cozinha”. “Chega ao Vila Foz Hotel & Spa depois de uma trajectória segura, criativa e promissora, sendo o responsável pelos Restaurantes Vila Foz e Flor de Lis”, refere o Vila Foz. Segundo a Time Out, foi no restaurante da sua família (Toca da Formiga, em Ermesinde) que Arnaldo Azevedo desenvolveu a arte.
* Notícia actualizada com acréscimo de mais informação pelas 15h00
