O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda apresentou, na Assembleia da República, uma recomendação ao Governo, um conjunto de medidas de mobilidade e redução do uso do automóvel através de um plano de transportes inter-modais, entre as quais defende que se estude a execução de uma nova linha na sub-região do Vale do Sousa ligando Valongo, Paredes, Paços de Ferreira, Lousada e Felgueiras.

O projecto de resolução dos bloquistas será discutido no Parlamento a 20 de Março, caso se mantenham os trabalhos.

De entre as várias propostas que integram este projecto, o Bloco de Esquerda recomenda que o Governo estude a implementação de respostas de caminho-de-ferro de ligação do Porto de Leixões aos pólos industriais da Área Metropolitana do Porto e ainda da Região Norte.

Com esta proposta, os bloquista pretendem que se “garanta uma correcta articulação de frequência e horários do metro do Porto com o transporte colectivo rodoviário, com as linhas da CP de Aveiro, Minho, Braga, Guimarães e Douro (Caíde/Marco de Canaveses, Régua), e a requalificação destas últimas, assim como a disponibilização de horários em tempo real nas interfaces”.

O projecto recomenda, igualmente, que o Governo  estude a implementação e construção de sete novos silos de estacionamento como interface, situados em zonas de confluência com transportes suburbanos.

Segundo os signatários do projecto de resolução, pretende-se “incentivar a decisão de deixar o carro fora das cidades e a adesão ao sistema de passes inter-modais em vigor na Área Metropolitana e inclua na tarifa dos transportes públicos a do estacionamento nestes locais de interface, de forma a garantir uma eficaz e imediata interligação e transposição para o transporte público colectivo”.

O projecto alude, ainda, à de se estudar “a implementação de articulação e equipamentos que potenciem o uso de meios de transporte de mobilidade suave, seja bicicleta, trotinete ou ligações pedonais entre interfaces que exponenciem o uso destes equipamentos e que se estude a eficácia dos sistemas de informação sobre a utilização do metro para colmatar a ausência de informação em alguns casos e a confusão criada pela infografia em outros”.

Outra das medidas que o Bloco de Esquerda defende é a calendarização e implementação do plano de expansão do metro, “nomeadamente a linha rosa até Matosinhos Sul, a expansão para o centro de Gondomar, a ligação à Trofa, e ainda do Polo Universitário a Matosinhos, assim como a implementação da linha de Leixões em articulação com as restantes intervenções e tendo em conta as interfaces com a linha de metro e articulação com os pólos empresariais em desenvolvimento no território, que possam vir a ser servidos por esta linha e com possível ligação ao aeroporto”.

Com base em dados do Instituto Nacional de Estatística relativos ao inquérito à mobilidade nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto de 2017, os responsáveis pela proposta esclarecem que “o automóvel privado foi utilizado em 68% e 59% das deslocações”, respectivamente. “Os transportes públicos e/ou colectivos representaram 16% das deslocações na AML e 11% na AMP. As restantes deslocações foram feitas a pé ou em modos suaves. Note-se que, no conjunto das duas áreas metropolitanas, há cerca de 2,9 milhões de deslocações/dia que se realizam de fora para dentro das áreas metropolitanas (e vice-versa): não se pode tratar a gestão da mobilidade metropolitana desconsiderando as suas periferias territoriais”, acrescentam.