Blueberries For Chemical é o nome da banda que junta quatro amigos de Penafiel e que lançou esta semana o seu disco (EP) de estreia: “Surfing on Earthquakes”.

Filipe Mendes é o baixista, Marcos Moreira, o guitarrista, Miguel Lopes, o baterista e Tiago Mota, o vocalista. Definem-se como, além de músicos, “grandes amigos”.

Começaram a tocar juntos, em 2013, depois que Filipe Mendes decidiu comprar um baixo eléctrico e falou com o seu primo, Miguel Lopes, que, por sua vez, convidou o seu colega de escola, Marcos Moreira, que tinha formação musical. Tiago Mota, numa das idas para o local onde dava catequese, ouviu-os a tocar e foi convidado a assistir e a cantar. “Foi mesmo uma coisa imprevisível e, ao mesmo tempo, é algo que agora achamos ‘uau'”, comenta o baixista.

A partir daqui, acabou por tornar-se membro da banda e os quatro começaram a construir a “química” entre eles, nunca esquecendo as suas raízes – daí o nome “blueberries” (mirtilos) – “porque somos todos descendentes de uma pequena freguesia (Peroselo); aquela imagem do campo, de representar o mundo em que vivemos”, explica Filipe Mendes.

Deram o primeiro concerto um ano depois em Peroselo que, “por coincidência, foi no Dia Mundial do Rock”. “O feedback foi muito bom, aquilo deu-nos algum alento, começámos a ensaiar, demos mais alguns concertos em cafezinhos e, entretanto, surgiu a ideia de gravarmos a primeira maquete, porque já tínhamos algumas músicas”, refere, explicando que queriam ter uma ideia de como as coisas funcionavam em estúdio e para tentarem agendar concertos.

Apesar de, na altura, não ter tido o resultado que esperavam, não desistiram e continuaram sempre a ensaiar. “Achamos que temos uma química a tocar e isso é que nos faz também dar continuidade”, acredita.

Até hoje, já marcaram presença em diversos bares na zona norte, no Festival Ignition, em Penafiel e realizaram também o concerto de abertura de Bezegol, na Agrival 2018. Em 2017, venceram o concurso de bandas “Rock sem Fronteiras”, em Santo Tirso.

Os quatro amigos têm por hábito reunir-se todos os sábados para ensaiar e, durante o resto dos dias, têm os seus empregos, em nada relacionados com música. Filipe Mendes, de 26 anos, é empregado de mesa/barman; Marcos Moreira, de 21, é estudante; Miguel Lopes, com 23, trabalha na área da Geografia; e Tiago Mota, com 37 anos, trabalha numa empresa de extracção de inertes.

“Na crista da onda” com novas músicas

Entretanto, já com músicas novas, decidiram que era altura de elaborar um disco para fazerem a sua estreia. Procuraram um estúdio e gravaram no início de 2019, “para começar logo o ano em grande”. Cerca de três meses depois, enviaram as músicas para rádios e pensaram no design do disco.

O nome “Surfing on Earthquakes” (“Surfando em terramotos”) surgiu de um “brainstorming” entre os quatro elementos e “é uma forma de criticar a sociedade, em como não há uma linha recta, há sempre incertezas, até mesmo quanto a desastres naturais”. Com base nisso, foi feito o design de forma a “deixar as pessoas a questionarem-se”.

O próximo passo é lançar o disco nas plataformas online (Spotify e iTunes) e preparar o concerto de apresentação. “Está a ter algum feedback e isso é bom. As pessoas começam a encomendar CD’s para ouvirem e, quando chegar o concerto, cantarem e encherem a casa”, acrescenta.

“Neste EP já fomos com outra perspectiva, mais profissionais. É isto que tem de ser, foi isto que fizemos. Isto é tudo independente. Somos nós que estamos a tentar trazer isto ao de cima. Para já, ainda não temos nenhuma promotora, nenhum agente”, refere Filipe Mendes.

“No futuro, gostaríamos de fazer disto vida, mas vamos por fases. Agora eu penso: Começámos da estaca zero e fomos evoluindo, evoluindo. Agora já temos o CD em mãos… It’s crazy! [É de loucos!]. Sabemos que se aproveitarmos ainda podemos subir mais um bocado, que é também isso que queremos”, continua.