Augusto Pinto Oliveira participou, nos últimos anos, em 118 provas, 68 delas maratonas e ultramaratonas, percorrendo quase 5.500 quilómetros. No ano passado, o atleta de Paredes completou uma das provas mais longas da Europa – o Tour des Geants, com 338 quilómetros.

Agora, o paredense foi convidado a participar na Badwater 135, descrita como “a corrida mais difícil do mundo”. Trata-se de uma prova com 217 quilómetros, que começa a 85 metros abaixo do nível do mar, na Bacia de Badwater, no Vale da Morte da Califórnia, e termina a uma altitude de 2548 metros, em Whitney Portal, o trilho para Mount Whitney.

A prova realiza-se, anualmente, em Julho, altura em que as temperaturas podem chegar a 54°graus.

“Devido a estas exigências muito poucas pessoas – mesmo entre ultramaratonistas – são capazes de terminar esta corrida esgotante. Para completar o percurso cada atleta tem um limite de 48 horas. Nos últimos anos, 70 a 80 pessoas competiram em cada corrida, e 20-40% não atingiram a linha de chegada”, explica Augusto Pinto Oliveira.

Este ano, a ultramaratona decorre de 10 a 12 de Julho. Mas para participar, o atleta precisa de apoio para custear as despesas de inscrição, viagem, alojamento e alimentação, entre outras. “A organização não fornece qualquer tipo de apoio, cada atleta deve providenciar a sua própria equipa de apoio e veículo. A tripulação fornece ao seu atleta todas as suas necessidades, incluindo água, gelo, alimentos, estimulação e primeiros socorros”, elenca o paredense de 44 anos.

Para isso está a decorrer uma campanha de angariação de fundos que pretende angariar 2.500 euros que vão ajudar a cumprir mais este sonho. Trata-se de uma pequena parte do valor necessário para custear os gastos do atleta e dos dois elementos da equipa de apoio obrigatórios. A inscrição custa 1.400 euros, sendo ainda necessários 3.400 euros para viagens, 1.600 euros para alojamento e 650 euros para alimentação, entre outros.

Recorde-se que Augusto Pinto Oliveira não foi sempre um atleta e que foi o desporto que lhe mudou a vida.

Depois de uma vida marcada pelo consumo de drogas e álcool, o paredense esteve um mês em coma, enfrentou duas tromboses venosas profundas e duas intervenções cirúrgicas, com os médicos a darem-lhe poucas hipóteses de sobrevivência e de regressar a uma vida normal. “A ultramaratona foi o desporto que me devolveu a alegria, a felicidade, o bem-estar físico, emocional e psicológico, que me fez voltar a traçar metas, definir objectivos. E este é o culminar de um sonho”, diz o atleta.

Se quer contribuir para esta campanha pode fazê-lo aqui.