Endurecer a luta e não baixar os braços até que o aterro da Recivlongo, em Sobrado, seja encerrado. É essa a promessa da Associação Jornada Principal que reuniu em Assembleia-Geral e definiu várias acções a implementar este ano. Uma delas quer vestir a freguesia de negro. “Vamos ter panos pretos nas varandas, lonas sobre a perigosidade do aterro e frases de apelo e sensibilização. Enquanto não tivermos qualidade de vida estamos de luto”, diz Marisol Marques, presidente da Associação.

Entre as medidas que querem levar para o terreno estão o alargamento das sessões de esclarecimento a vários públicos, designadamente escolas, associações e empresas e a organização de um debate sobre o impacto do aterro no mercado imobiliário de Sobrado.

Vão continuar a fazer pressões junto das entidades responsáveis e autoridades de fiscalização do Ministério do Ambiente, da  Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e da Agência Portuguesa do Ambiente, “para que se intensifique a fiscalização, designadamente das águas residuais e superficiais e dos camiões que transportam os resíduos”. Da mesma forma, vão pedir ao ACES Maia-Valongo um esclarecimento formal relativo às consequências de picadas de mosquitos e da presença de pragas de roedores e insectos relacionados com o aterro.

Nas próximas semanas será entregue na Assembleia da República uma petição com mais de 4500 assinaturas que pede o encerramento do aterro, estando a ser pensadas outras acções de protesto público.

“Enquanto não houver resultados das intenções anunciadas pelo Ministério do Ambiente não vamos cruzar os braços. Estamos cada vez mais unidos e vamos endurecer a luta até vermos o aterro definitivamente encerrado e até recuperarmos a qualidade de vida e a saúde a que temos direito”, garante a Jornada Principal.

Os cheiros provocados pelo aterro, garante Marisol Marques, têm intensificado nos últimos meses, sobretudo ao fim da tarde, noite e manhã, tornando-se insuportáveis. “Não vamos descansar até encerrarem um aterro que foi implementado no meio da população”, afirma.

Recorde-se que o Ministério do Ambiente e da Acção Climática anunciou que o aterro da Recivalongo vai ser alvo de “medidas correctivas”, entre as quais a “redução ao mínimo da frente de trabalho de deposição dos resíduos, bem como a obrigação da cobertura diária da totalidade dos resíduos depositados, através da aplicação de camadas de terras com 15 a 25 centímetros de altura, conforme previsto no Manual de Exploração do Aterro; a cobertura, por telas ‘provisórias’, da área da actual célula de deposição de resíduos, tendo por objectivo reduzir ao mínimo a área exposta à formação de lixiviado e a área presumível na geração e libertação de odores; e finalizar a cobertura dos tanques da Estação de Tratamento de Águas Lixiviantes, por forma a mitigar um dos possível focos de odores”.