Dezasseis agregados familiares de Valongo saíram hoje da longa lista de famílias que aguardam a sua vez para terem uma casa atribuída pela Câmara Municipal de Valongo. Receberam da mão do presidente da autarquia a tão ansiada chave que lhes abrirá portas para uma “vida nova”.

Na cerimónia de entrega, facilmente se percebem os sentimentos que ali se misturam. Se por um lado pode haver nervosismo, a ansiedade e a felicidade de receber as chaves para uma habitação “nova” são as que mais sobressaem. O casal Paula Lemos Maurito, de 36 anos, e João Maurito, de 40 anos, são disso exemplo. Em conversa com o nosso jornal, Paula Maurito confessou que não conseguiu dormir com a ansiedade em ir conhecer a casa nova. E decidiu não perder tempo. Com as chaves na mão, estava já decidido que a primeira coisa era ir conhecer o novo T3 no Bairro da Outrela, em Valongo. Para trás e com as más memórias, fica um T2 em Ermesinde, “velho e arrendado por 100 euros”, onde mal cabia a sua família de cinco pessoas, incluindo três crianças, com idades compreendidas entre os 6 e os 14 anos. A chave para a casa nova, explica Paula Maurito, muda tudo na vida da família. Com esta “prenda de Natal inesperada”, a família de Paula decidiu não perder tempo e começa ainda hoje a fazer a mudança de alguns bens para a casa nova para, quem sabe, ainda passar a noite de Natal na casa nova.

O agregado de Paula Maurito foi um dos 16 agregados que recebeu a chave para a nova casa. O presidente da câmara municipal, José Manuel Ribeiro, entregou a chave de 16 habitações sociais a 51 pessoas carenciadas, incluindo 22 crianças, que juntando às entregues durante o mandato totalizam a reabilitação e entrega de casas a 85 famílias (236 pessoas), num investimento global superior a meio milhão de euros. Tal como explicou José Manuel Ribeiro, presidente da Câmara de Valongo, a recuperação de cada casa deixada vaga pelos anteriores ocupantes custa em média 8 mil euros. O autarca aproveitou para realçar o “grande esforço” do município e da comunidade na recuperação de cada casa, salientando ainda que a autarquia não dispõe de casas em número suficiente para as necessidades do concelho. Neste momento, frisou, existe uma lista com cerca de mil agregados familiares inscritos para habitação social. À margem da cerimónia, o autarca destacou a importância de “voltar a haver programas nacionais de construção de habitação social”, reconhecendo que o Governo “está a olhar para este problema”. As 16 famílias serão realojadas em casas de diferentes tipologias (T1 a T4) em urbanizações localizadas em Alfena, Campo, Ermesinde, Sobrado e Valongo. As rendas variam entre os 4,19€ e os 153,20€.