Tenho-o afirmado ao longo dos últimos seis meses – falta a José Manuel Ribeiro a coragem necessária para as opções políticas de fundo que Valongo necessita. Pergunto, qual é o caminho traçado? Qual o papel que se pretende que o concelho desempenhe? Quais os setores que se pretende evidenciar num contexto de crescente competitividade?

Os meus votos para Valongo, neste ano de 2021, é que consiga encontrar um rumo. A capacidade e coragem para tomar as opções políticas para que tal se materialize não se encontra no Partido Socialista.

Há seis meses inaugurei as minhas linhas neste espaço. Tive a oportunidade de criticar opções políticas, apresentar propostas alternativas, analisar o panorama político, em particular em termos partidários, da região e de Valongo em específico. Expressei preocupações com a minha terra e a região, com o meu partido e, ainda, com o contexto político geral.

A linha mais constante do que escrevo prende-se, contudo, com a falta de orientação política de José Manuel Ribeiro. Apontei e aponto o dedo à opção de José Manuel Ribeiro pelo aumento de impostos e ao endividamento das gerações futuras, em proporção de que não há memória em Valongo.

Critiquei e critico a incapacidade do presidente da Câmara Municipal de Valongo manter um diálogo produtivo com as restantes forças políticas do concelho, bem como as reiteradas faltas de respeito institucionais, quer para com os vereadores e deputados municipais da oposição, quer para com a Assembleia Municipal. Postura cujo expoente máximo é a repetida resposta extemporânea dada a quem, no exercício das funções conferidas pelo voto, interpela o executivo! Era importante que os Valonguenses soubessem que o executivo liderado por José Manuel Ribeiro viola a lei repetidamente ao não enviar a tempo as respostas à Assembleia Municipal, ao que se encontra legalmente vinculada.

Não me canso de apontar a falta de coerência de José Manuel Ribeiro. Recordo-me bem do presidente da Câmara Municipal de Valongo, enquanto deputado municipal da oposição, apresentar-se como paladino da legalidade e da transparência. Tal contrasta, em absoluto, com as práticas que se verificam atualmente. Desde opiniões políticas que alteraram quando alterou a cadeira em que José Manuel Ribeiro se senta, até à falta de transparência de certas opções políticas. Tudo já abordado em artigos anteriores.

Contudo, o pecado mais grave que se tem cometido contra Valongo é a falta de projeto político para o concelho. Não existe uma linha definidora daquilo que se pretende para Valongo. Falta a coragem necessária para as opções políticas de fundo. Por definição, uma opção política comporta a prescindência das demais. Cabe ao político decidir qual o caminho que se irá seguir em detrimento de outros. Pior político é aquele a quem falta a coragem de tomar decisões, por querer satisfazer a todos e não aborrecer nenhuns.

É neste sentido, que não são feitas opções políticas em Valongo. Vamos andando ao sabor do vento, em que o presidente vai fazendo aqui e ali aquilo que maior apoio político lhe vai dando, sem que exista qualquer opção de fundo sobre o que se pretende para Valongo.

Pergunto, qual é o caminho que se está a traçar para Valongo? Qual o papel que se pretende que o concelho desempenhe no âmbito da Área Metropolitana do Porto daqui a 10, 20 ou 30 anos? Quais são os setores que se pretende evidenciar num contexto de crescente competitividade, também entre concelhos?

As políticas locais para o século XXI não assentam em publicidade sem conteúdo – no que Valongo é pródigo. Ou em manobras que visam a imagem, sem qualquer proveito – como nas iluminações de Natal. Nem em opções avulsas, desenvolvidas sem o envolvimento das populações – olhe-se para a Oficina do Pão e da Regueifa. Nem sequer de forma autocrática e sem busca de integrar contributos diversificados – como com a nova Câmara Municipal.

Os meus votos para Valongo, neste ano de 2021, é que consiga encontrar um rumo. A capacidade e coragem para tomar as opções políticas para que tal se materialize não se encontra no Partido Socialista.