A Casa da Cultura celebrou, esta quinta-feira, o vigésimo aniversário, em cerimónia que contou com um programa cultural diversificado e a assinatura dos protocolos entre a Câmara Municipal de Paredes e o projecto PT Paredes com Teatro, estrutura que agrega 11 associações e 16 grupos de teatro e que vai possibilitar que o PT Paredes com Teatro disponha de encenadores.

A câmara compromete-se, ainda, a assumir os custos de produção das peças.

A vereadora da Cultura, Hermínia Moreira, numa curta intervenção, recordou o legado deixado pelos que a antecederam na autarquia, nomeadamente Raquel Coelho, Granja da Fonseca, mas também o actual vice-presidente da câmara, Pedro Mendes, que tiveram, segundo a autarca, um papel fundamental na dinamização deste espaço.

“O legado que nos transmitiram já é bastante pesado e só nos responsabiliza ainda mais. Tenho a certeza que foi isso que aconteceu com o meu colega Pedro Mendes que fez um óptimo trabalho. Neste momento, tenho o privilégio de assumir o pelouro da cultura. Estou grata porque o executivo e comunidade tem motivos para celebrar porque houve pessoas que viabilizaram este projecto. A criação da Casa da Cultura de Paredes fez toda a diferença e determinou de forma decisiva o que vieram a ser as opções no âmbito da programação e da dinâmica cultural do concelho”, disse.

Falando da assinatura do protocolo com o PT Paredes com Teatro, a autarca revelou que este projecto iniciou em 2007.

“São 10 anos do PT Paredes com Teatro e, também, aqui tenho de fazer uma referência ao meu colega e vereador Pedro Mendes, foi ele o pai do PT Paredes com Teatro. Na verdade, o protocolo é constituído por 11 associações que representam 16 grupos de teatro. Existem alguns grupos que ainda não integraram o projecto que estão a trabalhar, mas que no momento que acharem oportuno e considerem ter condições para cumprir as regras estabelecidas estaremos de braços abertos para os receber”, expressou, salientando esperar que a Casa da Cultura tenha mais vida e mais público.

O actual presidente da Assembleia Municipal e antigo presidente da Câmara de Paredes, Granja da Fonseca, lembrou que a principal prioridade do seu executivo foi realizar um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia de Paredes evitando que o  edifício da Casa da Cultura tivesse o mesmo destino das primeiras casas dos magistrados do país.

“Conseguimos com provedora da altura, a D. Idalina, estabelecesse um protocolo no sentido de proceder à concessão do espaço pelo prazo de 50 anos que foram divididos em 25 anos mais 25. O actual executivo, presido por Celso Ferreira, conseguiu, também, uma renovação por mais 100 anos. Durante 100 anos o concelho de Paredes terá estas instalações asseguradas”, adiantou.

“Salvamos do camartelo este belo edifício. Com a Misericórdia fizemos um excelente protocolo para ambas as partes porque quem ficou a ganhar foram as pessoas. Foram lançadas as bases para que se fizesse o que se fez e se desse a oportunidade dos munícipes usufruírem da oportunidade de verem inúmeras peças de teatro e contactarem com nomes consagrados do espectáculo. Sinto-me realizado e protegido pelo trabalho realizado. As obras falam por nós”, disse.

O presidente da Câmara de Paredes, Celso Ferreira, afirmou que a Casa da Cultura é um equipamento que marcou o estilo e o modelo de desenvolvimento de Paredes.

“A transformação da Casa da Cultura, a sua adaptação para os fins que tem hoje, foi um marco e marcou definitivamente o desenvolvimento no concelho. Foram milhares os espectadores e as centenas de espectáculos aqui produzidos”, assegurou, realçando a oferta cultural que ao longo dos anos foi proporcionada aos habitantes do território e o trabalho de Granja da Fonseca e Raquel Moreira.

O autarca louvou o facto da Misericórdia de Paredes ter conseguido resistir à tentação de realizar um encaixe financeiro significativo caso tivesse vendido este edifício para fins habitacionais.

“Foi um dos casos em que a Câmara de Paredes e os demais agentes e actores souberam efectivamente construir um projecto comum e quem ganhou foram os paredenses. Este é um edifício magnífico que foi reabilitado há cerca de cinco ou seis anos porque a idade não perdoa e o uso intensivo, também fez, com que a autarquia tivesse de o renovar. Espero que este auditório continue a ser um equipamento de cultura”, asseverou, confirmando que a Câmara de Paredes irá candidatar, nos próximos anos, a construção de um novo auditório, com cerca de 500 lugares.

A este propósito, o edil revelou que o projecto está feito e só não avançou porque não há ainda enquadramento dos fundos comunitários para o efeito.

“Recordo-me que por aqui passaram companhias de teatro, muitos artistas, organizaram-se inúmeros eventos, mas, também, a dificuldade que era dinamizar os públicos para consumir cultura”, afiançou, salientando que PT Paredes com Teatro é um projecto de excelência, manifestando que a construção de um novo auditório é compatível com o actual.

“O actual auditório tem capacidade para determinado tipo de eventos e não fica ultrapassado com a construção de outro auditório maior”, anuiu, confessando ter investido muito dinheiro na cultura.

As comemorações do 20 aniversário ficaram, também, marcadas pelo registo em vídeo de vários depoimentos de figuras ligadas à autarquia e à Misericórdia de Paredes, a realização de vários apontamentos do PT Paredes com Teatro, terminando com o Especial 10 anos de “Conta-me Histórias” com Blind Zero, Mafalda Veiga e Miguel Ângelo.