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Em 2021, nasceram, por dia, cinco a seis bebés no Hospital Padre Américo, em Penafiel. No total foram 2.020 os nascimentos registados na maternidade do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS). Setembro mantém-se como o mês que bateu recorde de bebés a nascer.

Mantém-se a tendência de quebra em relação aos dois anos anteriores. Em 2020 tinham nascido 2.213 bebés e, em 2019, 2.249.

A directora do Departamento da Mulher e da Criança do CHTS, a médica Conceição Nunes, reconhece a descida dos números, comum ao país. “Houve uma quebra de nascimentos. Foi registada a nível nacional, no entanto o CHTS é um dos hospitais com uma menor quebra. No primeiro semestre de 2021, a quebra de nascimentos a nível nacional situava-se entre 17 a 20%”, explica em resposta ao Verdadeiro Olhar.

Questionada sobre se estes dados poderão estar relacionados com a pandemia vivida nos últimos dois anos, Conceição Nunes não descarta a hipótese: “Ainda que seja preciso fazer uma análise mais profunda e contextualizada, acreditamos que a apreensão face à pandemia tenha contribuído para a quebra de nascimentos”.

O CHTS também continua a ser dos melhores do país no que toca à percentagem de cesarianas realizadas.

Em 2021, foram realizados 458 partos por cesariana e 1562 partos vaginais. “A taxa de cesarinas é 22,9%, ligeiramente mais baixa que os anos anteriores, sendo uma das mais baixas taxas a nível nacional. Este é um indicador de qualidade. A taxa nacional é de 29,79%”, diz a directora do Departamento da Mulher e da Criança do CHTS.

“A opção por um parto por cesariana acarreta muitos mais riscos para a criança e para a mãe, nomeadamente o de morte materna, que é entre duas a quatro vezes superior ao de um parto vaginal”, indica a médica.

Em pandemia, o serviço teve de readaptar-se e começar a lidar com casos de mães e crianças recém-nascidas infetadas com Covid-19. Sem precisar números, Conceição Nunes garante que “correu tudo bem e sem grandes problemas, excepto uma situação idêntica à que ocorreu recentemente, com a transferência de uma grávida para receber tratamento ECMO no Hospital de São João”.

2021 foi também o ano em que o Hospital Padre Américo passou a ter um novo espaço de maternidade. “É uma ala nova, mais acolhedora e com privacidade para as grávidas, com melhores condições para as grávidas e melhores condições de trabalho”, reconhece a directora do serviço.

A médica adianta que está ainda prevista a renovação da sala de espera do Serviço de Urgência de Obstetrícia “para proporcionar melhor condições e conforto” e que há “a ambição de ter um bloco operatório só para o serviço”.

“Temos uma equipa de profissionais competentes e dedicados e temos o reconhecimento, a nível nacional, de outras instituições da nossa qualidade que se materializam em convites para participar em congressos e outras iniciativas científicas”, conclui nas respostas enviadas.