Hélio Rebelo

Depois de conhecidos os resultados eleitorais do passado domingo tenho de expressar a minha satisfação, quer pela vitória da coligação de centro/direita quer pela percepção de que os portugueses atingiram um nível de maturidade política que nos coloca no topo das democracias europeias.

Na verdade, fiquei satisfeito por perceber que a maioria dos portugueses, e foram cerca de 40%, fizeram o mesmo julgamento que eu fiz, ou seja, que o Governo não deveria ser severamente penalizado pois o que foi feito teria que ser feito por quem quer que estivesse a governar.

No entanto, fico admirado com o palavreado de alguma gente no facebook. Chamam de tudo e mais alguma coisa aos 40% que, usufruindo do direito ao voto livre, optaram pela direita. Para essa gente, muitas das vezes mal-educada, a democracia acontece apenas quando se ganha. Quando são os outros a ganhar coloca-se tudo em causa até mesmo a sanidade dos portugueses!

Há portugueses que ainda não perceberam que o eleitoralismo, as promessas perigosas, o facilitismo tem de acabar de uma vez por todas. Têm a memória curta e já não se lembram das eleições de 2009 onde, já com todos os sinais de alarme a disparar, José Sócrates apresentou-se ao eleitorado com uma proposta em que se atirava dinheiro para cima dos problemas. Apesar dos constantes alertas de Manuela Ferreira Leite, Sócrates ganhou e foi o que se viu! Todos viemos tristemente a confirmar que não havia dinheiro e que as propostas socialistas eram o caminho para o desastre.

Mas voltando às eleições de domingo, conclui-se o seguinte:

  1. A coligação venceu as eleições. Há meses atrás não o seria expectável e depois de 4 anos de várias decisões impopulares todos pensavam numa grande derrota!
  2. O PS perdeu as eleições. Não capitalizou os votos perdidos pela coligação e o eleitorado descontente não viu em António Costa uma alternativa. Coloca-se a questão, com António José Seguro seria melhor o resultado?
  3. O BE passa a ser a 3ª força política. A mudança de liderança aliada ao notório trabalho da imagem de Catarina Martins capitalizou os votos do descontentamento.
  4. O Resultado da CDU não trás surpresas. Ganhariam sempre independentemente do resultado!
  5. O PAN elegeu um deputado e temos, pela primeira vez, uma incógnita no parlamento.
  6. Marinho Pinto e Garcia Pereira não foram eleitos mas lucraram bastante. Como tiveram mais de 50000 votos terão direita à subvenção estatal (cerca de 170000€ por ano).
  7. Os restantes partidos foi o que foi. Peço desculpa mas nem sequer vou comentar (tenho mesmo de terminar o artigo!)

Termino evidenciando o facto da oligação PAF ter ganho no Concelho de Valongo. Valongo sempre proporcionou ao PS bons resultados nas eleições legislativas mas desta vez, e possivelmente penalizando a actual gestão camarária PS, não foi assim! Valongo espera 2017 e os Valonguenses sabem que com papas e bolos só enganam mesmo os tolos!