Foto: Ambisousa

Em 2022, a Ambisousa – Empresa Intermunicipal de Tratamento e Gestão de Resíduos Sólidos do Vale do Sousa vai avançar com novos projectos no sentido de estimular, cada vez mais, a separação de resíduos no território dos seis concelhos que abrange.

A previsão é que esteja no terreno, ainda neste primeiro trimestre, um projecto-piloto de ecocentros móveis que vão circular por todos os municípios, estando a ser estudadas formas de incentivo para quem recicla através deste sistema.

Ainda até ao final do ano, será implementada a recolha selectiva porta a porta, também com vista a diminuir os resíduos enviados para aterro.

A par disto, a Ambisousa conta instalar mais 130 ecopontos destinados à recolha selectiva, em todos os municípios. “A nossa expectativa é que a recolha selectiva possa aumentar entre 3% a 5% com este reforço de meios”, explica a empresa. Para reforçar a recolha, serão investidos 540 mil euros na aquisição de três viaturas pesadas de 26 toneladas equipadas com caixa compactadora, grua e ampliroll.

Ecocentros móveis trarão benefícios a quem recicla

Para desviar resíduos sólidos urbanos de aterro, a Ambisousa vai implementar “um projecto-piloto que visa essencialmente a recolha selectiva de novas fracções de resíduos valorizáveis (têxteis, jornais e revistas, madeiras, pilhas e suportes multimédia, resíduos electrónicos, toners e tinteiros, CD e DVD’s), a efectuar através de recolha itinerante (Ecocentros Móveis) que, concomitantemente, assegurará também a recolha selectiva ‘3F’ [papel, vidro e plástico], em particular em zonas não servidas pela actual rede de ecopontos”.

A empresa intermunicipal acrescenta que “os dois ecocentros móveis permitirão também integrar um piloto do Sistema PAYT, na medida em que os resíduos de embalagens ‘3F’ (vidro, papel e plástico) serão identificados e pesados, possibilitando a aplicação de benefícios a quem mais recicla”. Na prática, esclarece esta entidade ao Verdadeiro Olhar, o utilizador poderá efectuar um registo neste sistema, sendo-lhe atribuído um cartão. Quando entregar resíduos no ecocentro móvel, “os mesmos serão pesados e registados numa plataforma online, permitindo depois a atribuição, por exemplo de pequenos prémios, em função das quantidades entregues”. “Outros benefícios poderão eventualmente ser equacionados, como por exemplo a atribuição de descontos nas facturas da água ou dos resíduos, embora esta possibilidade seja sempre em articulação directa com o respectivo município”, adiantam em resposta escrita.

Trata-se da implementação de uma candidatura ao POSEUR aprovada em 2019. A pandemia veio atrasar um pouco a operacionalidade deste projecto, dificultando a aquisição de contentores, viaturas e sistema de pesagem. No entanto, prevemos ainda durante o 1.º trimestre de 2022 poder dar início a este piloto”, pondo os dois ecocentros móveis a circular nos seis concelhos – Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel.

Em princípio estarão um mês em cada concelho, sendo que serão abrangidos “locais considerados como de maior potencial (onde se verifique uma deficiente cobertura pela actual rede de ecopontos e ecocentros fixos), assim como eventos (por exemplo, feiras onde se verifique uma alta produção de resíduos recicláveis)”.

O investimento é de quase 361 mil euros.

16.500 pessoas e 6100 casas serão abrangidas pela recolha selectiva porta a porta

 Mais para a frente, mas ainda este ano, arrancará outro projecto de recolha selectiva, mas este porta a porta, sendo outro projecto co-financiado, com valor global de cerca de um milhão de euros.

Serão recolhidos papel/cartão, embalagens e vidro em produtores domésticos (zonas seleccionadas) e produtores não-domésticos.

“A recolha seletiva porta-a-porta em produtores domésticos será implementada em áreas predominantemente de moradias (zonas piloto) em cinco dos seis concelhos integrantes da Ambisousa [Castelo de Paiva ficará de fora], sendo abrangida uma população de 16.500 habitantes (cerca de 5% do total do Sistema) e 6100 fogos (exclusivamente moradias nesta fase)”, diz a Ambisousa.

Já os produtores não domésticos abrangidos são 260 estabelecimentos, dos quais 20% HORECA (estabelecimentos hoteleiros, de restauração e similares).

A grande meta é recolher mais 2.057 toneladas/ano de resíduos recicláveis, “dos quais cerca de metade em produtores domésticos (59 Kg/hab.ano), assim contribuindo para os objectivos nacionais de aumento das retomas da recolha selectiva, aumento da preparação para reutilização, da reciclagem e da qualidade dos recicláveis, e da redução da deposição de resíduos urbanos em aterro”, salienta a empresa intermunicipal.

“No ano de 2021 foram executados os estudos de base, com definição das zonas piloto a abranger pelo projecto, tendo sido fornecidos à Ambisousa os 19.300 contentores previstos”, diz esta entidade, sendo que a pandemia também levou a atrasos na entrega de viaturas.

Além disso, primeiro arrancará a sensibilização da população para “esclarecer os munícipes sobre o funcionamento do sistema, nomeadamente sobre os novos serviços prestados, a fim de os motivar e consciencializar para a separação dos diferentes fluxos de materiais e as respectivas vantagens”. “Prevemos, no segundo trimestre deste ano, arrancar no terreno com estas acções de sensibilização e no trimestre seguinte poder iniciar os primeiros circuitos de recolha porta a porta”, adianta a Ambisousa.  

Mais investimentos

Em 2022, a Ambisousa pretende ainda investir 60 mil euros na aquisição de dois novos empilhadores, 300 mil euros na substituição da prensa enfardadeira da Estação de Triagem de Cristelo, 200 mil euros na melhoria da linha de refugo da Estação de Triagem de Lustosa, 180 mil euros na substituição de uma viatura pesada com ampliroll para transporte dos contentores dos ecocentros e 55 mil euros para aquisição de uma viatura de 3,5 toneladas com caixa basculante e grua para manutenção e recolha de ecopontos em locais de difícil acesso.