Eu sei que nesta crónica o expectável, caro leitor, era continuarmos a análise aos últimos 4 anos de mandato da Comissão Política do PSD em Paredes. Contudo, porque os tempos assim exigem, decidi escrever umas notas finais sobre a campanha e uma breve análise das diferentes forças políticas que deverão eleger representação parlamentar nas eleições legislativas do próximo Domingo.

  1. Desde os 25 de Abril a pluralidade dos partidos no parlamento foi sendo reduzida ao PSD, PS, CDS, BE e PCP, com salvas exceções de partidos de causas como o PAN. Hoje, temos a certeza que no próximo domingo a pluralidade das forças políticas vai aumentar e surpreendentemente o balanceamento entre as forças irá aumentar.
  2. Um partido liberal começa a ganhar importância no espectro político nacional. Ideias e valores como a liberdade individual, Flat-Tax ou progressismo social foram capturadas, e bem, pela Iniciativa Liberal. São ideias e propostas com o atraso do costume quando comparadas com os nossos parceiros europeus, mas importantes para alterações de mentalidades e balanceamento entre as forças políticas.
  3. O CDS aproveitou como ninguém o destaque que os debates e a campanha lhe permitiram nos horários nobres da comunicação social. O seu líder destacou-se com uma energia e discurso que permitiram uma notável vivacidade nos debates e com certeza ganhou legitimidade para ser candidato ao CDS nos dias imediatos às eleições. Quanto a resultados, olhando para as sondagens, é um partido que ou muda o seu discurso extraordinariamente conservador ou, infelizmente para a democracia, tenderá para o definhamento político até à morte. Veremos o resultado das eleições.
  4. Quanto ao Chega o costume. Um partido fundado e fundeado na seu general-mor, André Ventura, não chegou a vociferar como expectável. É urgente os partidos, da direita à esquerda, pensarem numa estratégia concertada para eliminarem este populismo demagogo e inaceitável nos temos em que vivemos. Comecem por se preocupar com a
    nossa polícia ouvindo as suas dores, as suas queixas e consertando políticas que realmente protejam quem nos protege.
  5. O PCP continua o seu caminho típico, nos grupos típicos e vociferando as mesmas ideias que os comunistas russos apregoavam durante a famosa URSS. A seguir a estas eleições o partido precisa de refrescar de líder, de ideias e deixar a cacete de fita na gaveta da sede e partir para a sua própria modernização.
  6. O BE mudou a sua estratégia ao longo da campanha adaptando-se ao vento das sondagens e procurando manter os seus deputados. Catarina Martins começou com a discordância e pequenos ataques ao PS e a António Costa, mas cedo percebeu que ganharia mais propondo a aliança com o PS do que atacar o seu parceiro político dos últimos 6 anos. É particularmente interessante a disputa de ideias com a IL. O progressismo de costumes é partilhado pelos 2, mas a forma como encaram a base económica é extraordinariamente oposta. O debate entre os 2 foi vivo, esclarecedor e com uma elevação invulgar para tamanha diferença ideológica.
  7. O PS e o seu António Costa começaram a primeira semana de campanha tímidos, cansados e até um pouco desanimados com as sondagens diárias que iam saindo. Os debates não foram famosos e aqueles onde realmente tinha de ganhar, não o conseguiu. Quanto a propostas diferenciadoras ou ideias rejuvenescidas não ouvimos nada sendo até um pouco constrangedor a forma como apresentou o futuro orçamento de Estado. Depois dos incêndios de Pedrogão e das promessas falhadas na reconstrução, das mais de 100 vidas perdidas, da família de primos no governo ou das polémicas sucessivas entre golas e hidrogénio terminando na gestão de uma pandemia será notável se o povo o escolher novamente para primeiro-ministro.
  8. Em último, mas Domingo esperançosamente o primeiro, temos o partido com o líder mais bem preparado para liderar Portugal. Não é necessário falarmos do que Rui Rio fez no Porto e como mudou a cidade para sempre, colocando a câmara com as contas no rumo certo e dando o pontapé de saída para a vinda da Ryanair. Não é necessário falarmos da sua extraordinária capacidade de liderança e de resiliência em tempos difíceis e de enorme pressão. Não é necessário falarmos da sua experiência profissional para falarmos das suas capacidades técnicas para liderar o país.

Rui Rio é um político da gente, que fala simples, que diz verdades incómodas e por vezes politicamente incorretas. Rui Rio é o político que Portugal precisa para se preparar para a crise da dívida soberana que se avizinha com o aumento dos juros. Rui Rio é o líder que precisamos para colocarmos o nosso país a crescer. Rui Rio é o líder que precisamos para iniciarmos uma verdadeira descentralização. Rui Rio é a esperança que precisamos para um Portugal diferente, ao centro e onde tenhamos esperança para futuro!

É tempo de mudar. É tempo de termos um Rio de oportunidades para o nosso Portugal.