Agostinho Gaspar RibeiroUma das conquitas do 25 Abril foi a democracia autárquica.

Passou a ser reconhecido aos Municípios e às Freguesias o direito de elegerem os seus representantes. Esse direito significava autonomia, maturidade, capacidade, consistência coletiva. Mais que isso: significava efetivo poder das comunidades na escolha do seu percurso político.

A isso chamamos de Poder Local. E desde 1974 até hoje, considero que há três fases de Poder Local.

Uma primeira que podemos chamar de “Aproximação / Alcatrão”.

Foi a fase em que as Câmaras Municipais se ocuparam da rede viária dos Concelhos, abrindo estradas, alcatroando, aproximando as pessoas e localidades. Tínhamos um País de comunidades muito isoladas e era necessário combater esse afastamento e até em alguns casos isolamento.

Depois surgiu a segunda fase, a que chamo de “Infraestruturação/ Betão”.

Foi o tempo da construção de equipamentos sociais importantes para evolução cultural, social e desportiva das comunidades.

Ergueram-se piscinas, auditórios, Complexos desportivos, escolas, bibliotecas, pavilhões gimnodesportivos (como cogumelos de planeamento muitas vezes duvidoso), novos edifícios de Paços do Concelho, enfim o País real mudou de rosto e muitos Concelhos modernizaram a sua face urbana mesmo que muitas vezes de forma exacerbada e completamente desmedida, pois o mais importante era aplicar e gastar o dinheiro vindo dos fundos estruturais da Comunidade Europeia, mesmo que o exagero de equipamentos e infraestruturas tivesse como principal consequência a falta de capacidade dos Municípios na sua manutenção no futuro.

Nos dias de hoje, enquanto alguns concelhos estagnaram nesta segunda fase outros deram um passo em frente e já estão noutro patamar autárquico: a fase da “ Visão

Esta terceira fase é aquela em que as autarquias deixaram o fanatismo da expressão “ obra feita” e dedicam-se à “ construção” de um futuro para as suas populações.

Este é o tempo das parcerias económicas e sociais, firmadas entre os municípios e as forças vivas da sociedade: os produtores, os industriais, os investidores, os jovens empreendedores, as escolas, as associações económicas, IPSS etc.

Os municípios e autarcas com visão aproveitam estes tempos de crise, incerteza e esgotamento dos dinheiros europeus para preparar as pessoas e instituições para o futuro.

Conscientes de que é preciso dotar a região de uma visão estratégica, muitos autarcas aplicam medidas criativas. Veja-se o caso do ensino do mandarim nas escolas, uma ideia de São João da Madeira.

Noutros concelhos há uma ligação profunda entre a autarquia, o ensino profissionalizante e os Clusters económicos. Eis uma forma muito proveitosa de o poder político ajudar uma comunidade a reganhar esperança!

É que a ligação da escola ao setor produtivo dá aos jovens uma mentalidade empreendedora, permite-lhes adquirir ferramentas para o crescimento pessoal, torna-as competitivas. Uma mais-valia para os indivíduos e suas famílias mas também para os concelhos!

Agir e não reagir” tem de ser o lema do poder local do futuro.

 

Infelizmente, falta, em geral, essa visão ao vale de Sousa. Aliás, falta esse espírito à própria CIM do Tâmega e Sousa, com especial gravidade no Município de Lousada.

A Câmara Municipal de Lousada não tem demonstrado qualquer visão. Não a vemos apoiar as empresas do calçado, e do Vestuário; não a vemos estratégias de apoio na sensibilização para a importância destes setores no futuro e na resposta que pode dar ao início no mercado de trabalho dos jovens, não há estratégia de divulgação dos produtos Lousadenses e seu escoamento.

Enquanto alguns concelhos criam uma “marca local”, apostam em comunicação e marketing industrial, promovem as indústrias e comércio regionais, (ex. o fumeiro de Monte Alegre), melhoram as condições dos Clusters, em Lousada só vemos apatia.

Porém quando a Coligação Lousada Viva chama a atenção para esta realidade, o Partido Socialista vira a cara para o lado! Quando lembramos a importância de mudar a mentalidade da Sociedade para uma visão mais aberta, deparamo-nos com o “ complexo de perseguição” de quem se fecha sobre si próprio.

Perante as críticas construtivas do PSD e do CDS de Lousada, o presidente de Câmara responde com ataques pessoais, insultos e falta de respeito.

É notório que o presidente da Câmara de Lousada está hoje mais ocupado em “ dar o dito por não dito”, em aplaudir as mesmas medidas que no passado criticava, apenas porque mudou o Governo.

Porém, quando confrontado com a sua falta de iniciativa, fica enervado e não sabe o responder, apenas o insulto e ataque pessoal.

Tal como já vi acontecer a muitos, quando este autarca perder eleições nunca saberá as razões da derrota ……..