Foram inauguradas no passado domingo, as obras de restauro e conservação do Milenar Mosteiro de Paço de Sousa.

Este mosteiro que faz parte da nossa identidade e memória colectiva, merecia na plenitude esta intervenção, pecando apenas por tardia.

Um mosteiro que nos faz associa aos tempos de infância, onde caminhávamos alegremente pelos históricos e ímpares Adros de Gamuz (na altura em terra batida) que, tal como o mosteiro, encerram em si uma singular história.

Aliás, é dito e comumente aceite que foi justamente nos adros de Gamuz, que Egas Moniz, Aio de D. Afonso Henriques cujos restos mortais se encontram sepultados no Mosteiro de Paço de Sousa andavam vezes amiúde a cavalo.

É da mais elementar justiça referir-se com propriedade que o Mosteiro de Paço de Sousa é a principal referência do projecto supramunicipal Rota do Românico.

Se há projecto que merece aplauso e cujos resultados positivos ninguém de boa fé ousará questionar é precisamente a Rota do Românico, que estrutura e agrega o património dos concelhos que integram a Associação Municípios do Vale do Sousa – VALSOUSA.

Inicialmente abarcava apenas os concelhos integrantes da VALSOUSA, tendo posteriormente alargado o seu âmbito aos municípios que integram a NUT III – Tâmega e Sousa.

É pois motivo de indubitável regozijo e orgulho, vermos em Paço de Sousa, um mosteiro singular intervencionado e que proporcionará aos residentes e visitantes o desfrutar de uma beleza ímpar e que nos enche a alma.

Devemos reconhecer o trabalho daqueles que num passado recente no exercício de funções públicas e políticas tiveram a arte e engenho de reivindicar esta intervenção e lutar de forma abnegada e determinada para que o dia de domingo fosse uma realidade.

Foram anos de luta e muitas vezes com avanços e recuos, mas felizmente a luz do dia apareceu e as obras foram realizadas, sendo certo que não será de descurar a médio/longo prazo uma outra intervenção de cariz mais profundo e aturada nos claustros e área envolvente à Igreja do Salvador.

Apesar do restauro se cifrar num investimento na ordem dos 500 mil euros, todos sabemos que estes mosteiros carecem não raras vezes de intervenções por forma a conservar e manter bem vivo o espólio cultural que albergam.

Igualmente digno de realce foi termos na Vila de Paço de Sousa, e pela primeira vez o Bispo do Porto, D. Manuel Linda que presidiu à eucaristia onde a população marcou presença.

Paço de Sousa é uma freguesia que está indelevelmente ligada à fundação da nossa nacionalidade, cujo legado histórico nos deve orgulhar.

Credora da memória de personalidades como Egas Moniz, Padre Américo entre outros, esta vila do concelho de Penafiel que  já o é desde 20 de junho de 1991, conheceu ao longo da sua história um conjunto de intervenções por parte das mais diversas entidades, que a tornaram uma das freguesias mais desenvolvidas do concelho e região.

De realçar com justiça, que apesar das diferenças politicas que durante longos anos se fazia sentir entre poder autárquico local e municipal, os investimentos apareciam e a obra falava por si.

Dado o meu posicionamento conhecido, e até pelo facto de ter exercido durante 8 anos funções autárquicas na Vila de Paço de Sousa, é bom recordar que nos últimos anos fizeram-se nesta Vila importantes investimentos, como a inauguração do complexo de piscinas municipais, o lançamento do novo Centro de Saúde, da nova sede da Junta, dois jardins de infância, o lançamento do novo Quartel da GNR, além de obras de proximidade que não deixou ninguém indiferente.

Obras de avultados milhões de euros foi este o legado deixado, que deve ser preservado e, se possível, potenciado e replicado.

É bom relembrar estes tempos de êxito do passado, e esperar serena e convictamente que se repitam no futuro.

Todos esperam que dias como os de domingo sejam mais usuais, desta feita para nos associarmos a realizações da competência dos poderes autárquicos locais.

Parabéns à Rota do Românico!

Parabéns Paço de Sousa!