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Todos os dias os moradores de Lordelo usam as redes sociais para se queixar dos maus-cheiros e poluição causados pelas descargas vindas da nova ETAR de Arreigada, que ainda não está a funcionar em pleno. Na página “Mataram o Rio Ferreira” são constantes os relatos de indignação, que se acentuaram com a chegada do Verão.

Ontem, confrontado por um munícipe, o vice-presidente da Câmara de Paços de Ferreira e vereador do Ambiente adiantou, em Assembleia Municipal Extraordinária, que o problema ficará resolvido em Agosto. “A obra está concluída. Houve alguns percalços na empreitada, mas o maior foi o novo coronavírus. Se não tivesse sido isso a obra já estava em pleno funcionamento e, com certeza, durante o mês de Agosto a última parte da obra, que é o tratamento biológico, estará a funcionar”, afirmou Paulo Ferreira.

“Percebo a revolta das pessoas e a angústia. O que está a ser feito nesta fase é só o tratamento primário. Mas a obra vai acabar com um problema de anos”, sustentou o autarca.

Paulo Ferreira não deixou de lembrar que a questão é antiga, sendo que há mais de duas décadas que a ETAR existente estava “obsoleta e sem capacidade para tratar as águas residuais de 56 mil habitantes”, sendo que “os atentados ambientais sucediam-se”.

Com uma Câmara sem dinheiro, este investimento na nova ETAR, de mais de cinco milhões de euros, só foi possível porque se conseguiu um que o Governo abrisse um aviso específico em termos de fundos comunitários para aquela obra, frisou o vice-presidente da Câmara.

“Esta ETAR é das melhores do país e vai ter equipamentos que nenhuma ETAR no país tem. Só no equipamento biológico estão três milhões de euros”, referiu. Mas o concurso internacional foi ganho por uma empresa austríaca que forneceu e montou os equipamentos, estando previsto no contrato que os técnicos viriam a Portugal para fazer testes e monitorizar as máquinas antes de o tratamento biológico arrancar.

Com a pandemia, Portugal ficou na lista negra da Áustria, e isso foi impossível, justificou o autarca. Depois de negociações, ficou acordado que o processo fosse feito remotamente. “É um trabalho que demora mais tempo, que está a ser feito todos os dias e que estará concluído no mês de Agosto”, garantiu.

Recorde-se que, no final de Maio, o ministro do Ambiente já tinha dado resposta semelhante a um deputado da região.