O ser humano é o ser mais paradoxal. É, simultaneamente, criador de problemas e incansável na procura de soluções para os mesmos. O ambiente e a saúde são os dois exemplos maiores.

Os progressos na medicina têm contribuído, e muito, para o aumento da esperança média de vida. Um aumento desejável? Quase ninguém se atreve a dizer que não. Não podemos, contudo, ignorar as consequências desse aumento e os problemas que acarreta. Idosos abandonados nos hospitais e nas suas casas, idosos “despejados” em lares (quando o rendimento o permite), idosos maltratados… São estas, infelizmente, as notícias que entram amiúde nas nossas casas. Quando se tornam um fardo e ninguém tem tempo, nem paciência, nem rendimentos, nem vontade, o Estado é chamado a dar uma resposta. Resposta que demora porque, a maior parte das vezes, demasiadas vezes, não existe. E, assim, espera-se que a lei da vida traga a morte, que tarda em chegar.

Em Lousada, como noutros concelhos, cada vez é maior a dificuldade em responder às necessidades dos idosos. As associações existentes fazem um trabalho exemplar no que diz respeito ao apoio domiciliário e centros de dias, mas escasseiam as vagas em lares.

É difícil morrer, mas também é difícil nascer. A taxa de natalidade em Portugal é muito baixa, embora tenha registado uma subida, seguida de estabilização, nos últimos anos. O concelho de Lousada apresenta uma taxa de natalidade (8,5‰) superior à do país (8,4‰). Ainda assim, registou uma quebra na taxa de natalidade, que em 2017 era de 8,8 ‰. Na verdade, enquanto a taxa de natalidade do país se tem mantido inalterada nos últimos três anos, depois de registar um crescimento em 2014 e 2015, em Lousada desceu. Estranho, num concelho que sempre ostentou a bandeira da juventude. É necessário, portanto, procurar as causas deste abrandamento.

O país está a falhar nas soluções para estes problemas! E Lousada também. O executivo socialista, em plena campanha eleitoral, anunciou uma medida, que a Coligação Lousada Viva, na altura, considerou inócua. E com razão: o pagamento da creche a partir do terceiro filho não tem expressão, ainda mais porque não há lugares nas creches no concelho!

Por isso, o PSD considerou prioritárias, na última Assembleia Municipal, as medidas de efetivo apoio à natalidade e colocou a ênfase na necessidade de criar mais creches, para que as famílias possam tomar a decisão de ter mais filhos.

Um concelho jovem é um concelho com vida. É essa vitalidade que se espera em relação à adoção de políticas que elevem a qualidade de vida na velhice. Por isso, o PSD também alertou para a ausência de lares, onde os idosos possam viver com a merecida dignidade, quando já não puderem estar junto das famílias, situação sempre mais desejável.