Se a população de Valongo fosse às urnas, este fim-de-semana, José Manuel Ribeiro voltaria a vencer as eleições para a Câmara Municipal de Valongo e o PS elegeria mais um vereador, passando a ter a maioria absoluta.

Segundo uma sondagem da Consulmark2 – Estudos de Mercado e Trabalho de Campo para o VERDADEIRO OLHAR, em dois cenários testados, tendo como opositores o principal vereador da oposição e ex-presidente da autarquia, João Paulo Baltazar, e o presidente da Comissão Política do PSD Valongo, Miguel Santos, se o actual presidente da Câmara Municipal de Valongo se recandidatar será eleito com 48% e 49% dos votos, respectivamente. Em ambos os casos, a CDU volta a eleger também um vereador.

Este estudo de opinião analisa ainda a notoriedade do presidente e dos vereadores. A população conhece e dá nota positiva a José Manuel Ribeiro. No caso dos vereadores a notoriedade é muito baixa.

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Dois cenários, resultado idêntico

Ainda estamos a mais de um ano das eleições autárquicas de 2017, é certo, e ainda não houve campanha eleitoral para nenhum dos partidos. Mas se as eleições fossem este fim-de-semana, a população de Valongo voltaria a depositar confiança em José Manuel Ribeiro para liderar a Câmara Municipal de Valongo por mais quatro anos.

A votação daria um reforço de poder ao socialista, que conseguiria uma maioria, ficando com mais um vereador, em relação ao mandato actual. Mas vamos a cenários.

Em 2013, o PS venceu as eleições autárquicas em Valongo. José Manuel Ribeiro conseguiu 38,9% dos votos, e os socialistas elegeram quatro vereadores. Mas com a parca diferença para o PSD, cuja lista liderada por João Paulo Baltazar chegou aos 36,7%, gerou-se um equilíbrio de forças, já que os social-democratas também elegeram quatro vereadores. O fiel da balança passou a ser o vereador eleito pela CDU, Adriano Ribeiro, com 8,3% dos votos. Já o Bloco de Esquerda (4,4%) e o CDS-PP (2,6%) não elegeram qualquer elemento.

Intenções de Voto (Resultados Oficiais de 2013 e 2 cenários diferentes para 2017)

  • 2013
  • Cenário 1
  • Cenário 2

Esta sondagem testou dois cenários. No primeiro, João Paulo Baltazar voltava a ser o candidato do PSD nas autárquicas de 2017. Neste caso, os resultados mostram que José Manuel Ribeiro conseguiria 48% dos votos, reforçando o resultado das últimas eleições e conquistando o quinto vereador, passando a ter maioria absoluta. O candidato do PSD chegaria aos 27%, com os social-democratas a perderem um vereador. Já a CDU, a manter como candidato Adriano Ribeiro, manteria o vereador ficando com 9% da votação. O BE (Eliseu Pinto Lopes) e CDS-PP (Alexandre da Silva Teixeira) ficariam pelos 5% e 3%, respectivamente, e não elegeriam qualquer representante.

Num segundo cenário, em que apenas muda o candidato do PSD, José Manuel Ribeiro ainda reforça a votação em mais um ponto percentual. Se o candidato fosse Miguel Santos, actual líder do PSD Valongo, o socialista cresceria para os 49%. Por outro lado, a população daria menos votos aos social-democratas, que chegariam apenas aos 25%. A CDU continuaria a recolher 9% das intenções de voto e o BE e o CDS-PP conseguiriam 4% cada.

Em ambos os cenários, os melhores resultados para o PS e para o Bloco de Esquerda são na freguesia de Alfena, para o PSD e para a CDU na União de Freguesias de Campo e Sobrado e para o CDS-PP em Ermesinde.

 

População conhece presidente e têm uma opinião positiva sobre ele

80% da população inquirida sabe identificar José Manuel Ribeiro como presidente da Câmara Municipal de Valongo. Esta percentagem sobe para os 90,2% na União de Freguesias de Campo e Sobrado e para os 85,1% em Alfena. Ermesinde é onde há mais valonguenses que dizem não saber quem é o líder do município – cerca de 25%.

Questionada sobre a opinião que tem sobre o autarca, 60,8% dizem que a opinião é “positiva” ou “muito positiva”. Outros 24,2% sustentam que não tem uma opinião “nem positiva nem negativa” sobre José Manuel Ribeiro, enquanto apenas 5% diz que tem opinião “negativa” ou “muito negativa”.

 

Vereadores: quase ninguém sabe quem são

Outro dado que se pode extrair desta sondagem é de que quase ninguém sabe quem são os vereadores eleitos para a Câmara Municipal de Valongo, nem com nem sem pelouros.

À pergunta “quais os vereadores que conhece ou de quem já ouviu falar”, 80% dos valonguenses respondeu “nenhum”.

O estudo procurou avaliar a notoriedade de cada um e concluiu que João Paulo Baltazar, actual vereador do PSD que já presidiu à Câmara Municipal de Valongo, é o mais conhecido da população (44,3%), enquanto Sobral Pires, socialista que assume o cargo de vice-presidente da autarquia, é o que tem menos notoriedade (9,3%).

 

João Paulo Baltazar (PSD) é o mais conhecido

João Paulo Baltazar é o nome mais citado, com quase metade dos inquiridos a reconhecerem o social-democrata como vereador, apesar de estar na oposição e não tutelar qualquer pelouro. É mais conhecido na União de Freguesias de Campo e Sobrado (60,8%) e, em Ermesinde, é onde tem a menor notoriedade (67,2%). Recorde-se que já integrou o executivo camarário e presidiu aos destinos da autarquia depois da saída de Fernando Melo.

Segue-se na lista dos vereadores mais conhecidos Orlando Rodrigues, do PS. O autarca que assume os pelouros da Educação, Juventude e Desporto, chega aos 22% de notoriedade.  Provavelmente por ser natural de Campo, é na União de Freguesias de Campo e Sobrado que é mais conhecido da população (33,3%). Já em Ermesinde, 84,4% das pessoas não o conhece, mostra esta sondagem.

Com 18% de notoriedade, Maria Trindade Vale é a terceira vereadora mais conhecida da população. É em Alfena (25,5%) e Valongo (23%) que a população mais reconhece o seu nome como estando ligado à autarquia. De salientar que Maria Trindade Vale foi vereadora com pelouros pela Câmara Municipal de Valongo durante vários anos.

Poucas décimas abaixo surge Adriano Ribeiro. O vereador sem pelouros eleito pela CDU cumpre o primeiro mandato e é conhecido de 17,7% da população. É na União de Freguesias de Campo e Sobrado que atinge a maior notoriedade (25,5%), o que poderá estar ligado ao facto de ser natural de Campo.

 

Quase ninguém conhece o vice-presidente da Câmara

Já o social-democrata Nogueira dos Santos é conhecido apenas por 16,7% dos valonguenses, sobretudo nas freguesias de Alfena e Ermesinde (23,4%).

Hélio Rebelo é o vereador eleito pelo PSD com menor notoriedade – 16,3%. Mais de 90% da população de Ermesinde nunca ouviu falar dele e o melhor resultado que atinge é na União de Freguesias de Campo e Sobrado, com 27,5%.

Ainda assim, fica à frente de dois vereadores socialistas que integram o executivo camarário. No fundo da tabela, estão Luísa Oliveira e Sobral Pires. A vereadora da Intervenção Social; Cidadania e Igualdade, Documentação e Informação e Apoio a Munícipes fica-se pelos 10,7% de notoriedade. Em Ermesinde e na União de Freguesias de Campo e Sobrado o seu nome é desconhecido de mais de 90% dos inquiridos.

A encerrar a lista está Sobral Pires. Só 9,3% da população diz conhecer o nome do vice-presidente da Câmara. Em Ermesinde, de onde é natural, a percentagem sobe para apenas 13,3%. Já 97,3% da população da freguesia de Valongo e 98% da de Campo e Sobrado dizem não saber quem é Sobral Pires.

 

FICHA TÉCNICA

Sondagem realizada pela Consulmark 2 – Estudos de Mercado e Trabalho de Campo, Lda., para o jornal VERDADEIRO OLHAR, entre os dias 15 e 27 de Junho de 2016, no concelho de Valongo, sobre a intenção de voto nas próximas eleições autárquicas.

O universo é constituído por 81.693 indivíduos, recenseados no concelho de Valongo. (Fonte: DGAI, 31-12-2014). A amostra final é constituída por 300 entrevistas. A distribuição da amostra é a seguinte: SEXO: Homens (48,0%), Mulheres (52,0%). GRUPO ETÁRIO: 18-24 anos (9,3%), 25-44 (37,3%), 45-64 (34,7%), 65 a mais anos (18,7%). FREGUESIA: Alfena (15,7%), Ermesinde (42,7%), Valongo (14,7%), União das freguesias de Campo e Sobrado (17,0%).

A informação foi recolhida através de entrevista telefónica (CATI). Seleção aleatória de lares com telefone fixo, por freguesia. A seleção dos inquiridos, um em cada lar, foi feita por quotas, considerando as variáveis sexo e grupo etário.

A margem de erro, para um intervalo de confiança de 95% é de +5,7%. A taxa de resposta foi de 37%.