Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) alertou hoje, segunda-feira, que as escalas dos serviços de urgência do hospital de Penafiel tem “graves irregularidades”, com “equipas deficitárias”, colocando em causa a segurança de utentes e médicos.

Em comunicado, a FNAM, que aponta como estando na mesma situação o hospital de Aveiro, destaca que situações como estas, relativas às escalas de outubro daqueles dois hospitais, “estão na forja a nível nacional, numa espiral de irresponsabilidade que, não sendo capaz de salvaguardar o atendimento em segurança da urgência, vai adicionalmente castigar todos os outros serviços, os seus médicos e os seus utentes”.

“A escala do serviço de urgência de Penafiel, no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), e em Aveiro, no Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV), para o mês de outubro, por responsabilidade direta das suas Direções Clínicas (DC), está ferida de graves irregularidades, em particular na Cirurgia Geral”, diz ainda aquela estrutura sindical.

“Alertado pelos médicos do serviço de Cirurgia Geral para a necessária reorganização das equipas de urgência, com o inevitável encerramento da urgência externa de cirurgia em alguns dias do mês, decidiu a direção clínica pelo não encerramento dos serviços, impondo equipas de urgência cirúrgicas claramente deficitárias que colocam em causa a segurança dos utentes e dos médicos”, pode ler-se no comunicado.

Assim, no CHTS, de Penafiel, hoje, dia 2 de outubro, “de uma equipa habitual de quatro médicos, irão estar apenas dois, um cirurgião e um interno”. Já no próximo sábado, dia 7, está previsto durante o dia um especialista de Cirurgia Geral e um interno da especialidade de Ortopedia. 

“Não sendo surpreendente a total falta de respeito pelos médicos, que é aliás uma marca d’água de Manuel Pizarro, deste Governo e dos vários agentes que, muitas vezes ao arrepio dos mais elementares princípios da ética, o sustentam, é absolutamente chocante o desrespeito que os CA e DC demonstram pela segurança dos doentes”, pode ler-se ainda na mesma nota.

Assim, diz a FNAM estar “em total sintonia e solidariedade com os médicos do CHTS e do CHBV, particularmente os dos serviços de Cirurgia Geral, neste momento tão grave, e reafirma todo o apoio nas ações a desenvolver. Não deixaremos de pugnar pela reposição da legalidade nas entidades competentes, e responsabilizar quem de direito nas instâncias adequadas, caso alguma tragédia indesejável aconteça”.

Recorde-se que, um pouco por todo o país, médicos recusam cumprir, a partir de outubro, mais do que as 150 horas extraordinárias anuais que são obrigatórias.