Foto: Márcia Pimparel Vara

Queremos trabalhar” ou “não queremos ser despedidos” foram algumas das frases que se podiam ler nas dezenas de cartazes que cerca de uma centena de manifestantes empunhavam hoje, junto à Câmara Municipal de Paredes, como forma de protesto contra a nova rede de transportes, a UNIR, que serve 17 municípios da Área Metropolitana do Porto, mas que começou com muitas falhas.

A nova rede saiu para a “estrada” no dia 1 de dezembro, mas, desde essa altura, “os problemas sucedem-se”. “Esperamos horas por autocarros que não aparecem, desapareceram linhas que eram fundamentais e isto está um pandemónio”. Quem o diz é Glória Marinho frisando que desde que a UNIR anda na estrada nunca chega a horas ao trabalho.

A também porta-voz do grupo de manifestantes destacou que em todo este processo “está a falhar tudo, tiraram paragens, assim como horários e a frequências dos autocarros. Obrigam-nos a fazer transbordos e antes precisava de dois autocarros para chegar ao trabalho, no Porto, agora apanho quatro e demoro o dobro do tempo”.

Foto: Márcia Pimparel Vara

Também Maria Antónia disse ao VERDADEIRO OLHAR que chegar ao Porto é um “verdadeiro calvário”. A utente, que mora em Duas Igrejas, sublinha que “há centenas de pessoas que ficam nas paragens, há autocarros que não aparecem e ninguém faz nada”, lamentou, explicando que tem que entar no trabalho às 8h30, mas desde que a UNIR começou a fazer os percursos, tem que sair de Paredes às 6h00.

Durante o protesto, elementos do grupo de manifestantes acabou por ser recebido pelo vereador Paulo Silva que garantiu que, na segunda-feira, estão previstos mais horários durante a manhã em direção ao Porto.

Foto: Márcia Pimparel Vara

O vereador confessa que, o município está em contacto “diário” com a operadora, porque chegam à Câmara muitas queixas, mas o que lhes é dito é que “enquanto a empresa não tiver mais autocarros e motoristas não conseguem fazer mais”, sendo que, nesta altura, e tendo em conta os recursos disponíveis, “toda a rede está otimizada”.

No entanto, Paulo Silva não deixou de sublinhar que nesta última semana alguns problemas foram “atenuados” e, a partir de segunda-feira, vão existir algumas retificações. Mas há outros problemas que podem demorar a resolver, não conseguindo estabelecer um prazo para que tudo esteja a funcionar em pleno.

Sobre o facto de a nova rede de autocarros ter começado a funcionar com tantos problemas, o vereador explicou ao VERDADEIRO OLHAR que “tem alguma difculdade em entender” o que se passou. “Arrancou mal e, agora, tentar pôr tudo direito e muito mais complicado”, assegurando que da parte da autarquia de Paredes “não há nenhum dia em que não estejamos em contacto com a empresa e com a AMP a relatar problemas e adiantar possíveis soluções”.

No final do encontro com o representante do município, Glória Marinho disse estar mais aliviado, porque viu “empenho” por parte de Paulo Silva, por isso, os utentes vão aguardar. Caso as situações mais prementes não sejam resolvidas, os utilizadores podem partir para outras forma de luta, nomeadamente uma vigília ou, até mesmo, pararem todos os autocarros de forma a que nehum entre ou saia do município de Paredes.