É um museu em dois sentidos. Primeiro porque nasce do edifício que foi a primeira sede da Cooperativa de Electrificação A LORD; segundo porque retrata a história da instituição e das suas valências.

O Museu A LORD, em Lordelo, Paredes, é inaugurado, este sábado, pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e assinala o 83.º aniversário da Cooperativa de Electrificação.

O espaço, que vive da interactividade, quer atrair todas as faixas etárias, e junta a parte cultural da Fundação A LORD com a parte comercial da cooperativa, explica o presidente da instituição Francisco Leal. O investimento rondou os 500 mil euros.

Conheça o novo Museu em imagens.

“O edifício já é em si um museu, porque faz parte da história da cooperativa”

É num espaço estreito, enquadrado no meio do casario da Rua José Manuel Ribeiro da Silva, que surge o novo Museu. Ali foi a primeira sede da cooperativa. E foi também a primeira casa dos Bombeiros Voluntários de Lordelo.

Depois de anos abandonado, e em risco de ruir, o edifício foi novamente adquirido pela A LORD, que lhe deu agora uma nova vida. “O edifício já é em si um museu, porque faz parte da história da cooperativa”, afirma Francisco Leal.

Num espaço que se quer aberto a todos, e onde a transparência impera, a Cooperativa cruza a sua história com o mundo da electricidade em Portugal, colocando a informação ao serviço da população.

O objectivo é trazer todos para o museu, desde as crianças aos adultos. “Os mais novos aprendem a história, os mais velhos podem recordá-la”, diz o presidente da instituição lordelense.

A expectativa é que o museu tenha actividade diária, até porque aí também está, para já, sedeada a biblioteca. “Durante a semana teremos sempre este espaço aberto. Ao fim-de-semana, a parte cultural tem casa no auditório”, refere. “Não quisemos fazer um museu fechado. Queremos que as pessoas regressem”, assume Francisco Leal.

Museu A LORDVisitantes podem ver como funciona um transformador

Mas o que é que pode ver neste museu? Trata-se de um edifício de dois pisos, com valências distintas.

No primeiro piso, há a aprendizagem interactiva e a consulta de livros. Num espaço amplo, conjuga-se uma biblioteca, computadores com acesso à internet e há paredes adornadas com materiais eléctricos, cabos, lâmpadas, e com a evolução dos contadores.

“Para já, temos aqui o espólio da biblioteca enquanto não avançamos para a construção de uma nova. A partir de segunda-feira, começaremos a pensar nisso”, adianta Francisco Leal. “Nessa altura, este tornar-se-á um verdadeiro museu interactivo com experimentação”, garantiu.

Agora, já é a interactividade que prevalece. Há três ecrãs interactivos.

O primeiro, que pode ser utilizado por duas pessoas em simultâneo, dá acesso à história da cooperativa, com consulta digital de documentos, imagens e até vídeos que fazem parte do percurso de 83 anos da instituição.

O segundo é uma mesa interactiva que mostra a cadeia de valor da energia – o que é a rede eléctrica, como se faz o transporte, a produção e como funciona a rede de distribuição. Depois fala também das mais-valias da Cooperativa, dos seus trabalhadores, da sua rede e do muito que tem devolvido em investimento à comunidade lordelense, entre outros. Um transformador antigo (activado com interacção) explica como se faz a conversão de alta para baixa tensão.

Museu A LORD
Muita interactividade e espaços para todas as idades

“A nossa proximidade ao cliente – têm cerca de 4.500 – e aos equipamentos é a grande diferença para um grande operador de energia. Temos os preços mais baixos do mercado e o lucro é investido em Lordelo”, lembra o presidente da A LORD. “Havendo uma avaria demoramos cinco a 10 minutos a chegar ao local”, acrescenta. “Depois, há proximidade até para reclamar de uma factura. Há quem ligue ao presidente para isso”, brinca.

É também a Cooperativa que investe na iluminação pública da freguesia. “Os nossos fornecedores também são de cá. Ajudamos a movimentar a economia”, salienta Francisco Leal.

A última mesa interactiva tem jogos didácticos para os mais novos, que permitem aprender de forma simples a história da A LORD e onde até as sopas de letras têm como tema a electricidade. Enquanto isso, os mais velhos podem aceder aos jornais, nacionais e locais, do dia.

No segundo andar, há uma sala polivalente, que se pode transformar e adaptar para diversos fins, como conferências, apresentações de livros ou ateliês. O espaço pode ainda ser ampliado com a abertura de portas de vidro que permitem o acesso a uma escadaria ao ar livre. Depois, há um espaço destinado às crianças que participam nas actividades da instituição, onde podem até desenhar nas paredes.

A partir de segunda-feira, arranca a Feira do Livro e o Museu A LORD estará aberto até às 22h30 para quem quiser conhecer o novo espaço.

Museu A LORD