Foram aprovados recentemente nos órgãos autárquicos de Penafiel, os documentos previsionais para o ano de 2018, contemplando um dos orçamentos mais elevados dos últimos anos, na ordem dos 80 milhões de euros.

Em política, temos que ter a humildade democrática de aceitar a vontade popular e avaliar de forma desapaixonada e desprendida os factos políticos.

Enquanto líder do último projecto autárquico do maior partido da oposição, tivemos a oportunidade de apresentar um conjunto de propostas e de medidas que, em nosso entendimento, iriam mudar para melhor o nosso concelho, em áreas vitais como a educação, acção social, saúde, desporto, cultura, urbanismo, finanças municipais entre outras.

Porém, os Penafidelenses ao reiterar a confiança no projecto político da coligação e da equipa que o integra, não tendo ainda confiado no projecto liderado pelo PS, devemos ter a dimensão política e pessoal de aceitar que implemente o programa eleitoral quem venceu as eleições, e que faça o que acha melhor para Penafiel.

Isto não impede todavia, de se apresentarem algumas críticas fundadas, não podendo beliscar em nada quem quer implementar as suas medidas, estando inclusivamente legitimados pelo voto popular.

Evidentemente que tivemos a oportunidade de constatar e dizer, que este empolamento orçamental, serve em larga medida para o executivo municipal honrar compromissos relativos ao pagamento de obras feitas em período eleitoral e pré eleitoral, o que naturalmente torna o papel das oposições não só difícil como de todo desigual, com as consequências que daí advêm.

Pensar ou dizer-se o contrário, é um acto de inexperiência política e de impreparação gritantes.
Mas a democracia é isto mesmo, e os eleitos locais em funções, podem agir politicamente e gerir o seu calendário como bem entendem, não se colocando em causa a legitimidade, quando muito a oportunidade.

Referiu-se isso mesmo em sede da reunião do executivo municipal onde os documentos previsionais foram aprovados.
Todavia,  tendo essas decisões (criticáveis), sido avalizadas e caucionadas pelos eleitores, as oposições têm que interpretar esses dados e serem parte da solução e nunca do problema.

Com isto quero dizer que, ao termos optado pela abstenção destes documentos previsionais foi neste registo de humildade democrática, lucidez, perseverança e respeito por quem venceu as eleições, e porque não se pode nem deve estar na política pela guerrilha permanente e crítica fácil, que em nada ajuda o concelho a se desenvolver ainda mais .

Constata-se igualmente nos documentos aprovados, fazendo votos que a intenção lá prevista na aposta em infra-estruturas desportivas sejam uma realidade para todos, porque o nosso concelho delas precisa.

O mesmo acontece na área social onde o enfoque continua a ser forte, o que me apraz sublinhar.

Outras áreas merecem atenção como a aposta na atração do investimento, pois é imperioso estamos na vanguarda neste domínio, para não perdermos terreno como tem acontecido nos últimos anos, para os concelhos vizinhos.

Foi pena no entanto, não se ter ido mais longe e não se ter apostado no abaixamento da política fiscal, (por exemplo com a devolução de parte do IRS aos nossos munícipes), na aquisição dos manuais escolares aos nossos alunos, no transporte escolar, na redução das tarifas da água e do saneamento e outras, mas creio que esta política que vimos defendendo na câmara municipal e até em campanha eleitoral há algum tempo, será um dia implementada a bem de Penafiel e dos Penafidelenses.

Por tudo isto e não só, não votamos contra o orçamento de 2018, e registamos o facto de os autarcas de freguesia (todos sem excepção, terem sido ouvidos) na discussão prévia deste documento.

Uma boa medida que urge ter tradução prática nas obras que os autarcas solicitaram a bem das suas comunidades.

Por muito que se possa divergir e a divergência e as críticas construtivas são o sal da democracia, devemos ter a dimensão e humildade, de aceitar que, quem ganha tem que levar à prática o seu programa eleitoral.

Foi isso que fizemos, com a consciência plena que algumas das nossas propostas indirectamente estão vertidas no mesmo, e outras que não estando ainda, fazemos votos que no futuro próximo venham a merecer a concordância da coligação em funções.

Este exercício que reputo de sério de estar na política, e no caso fazer oposição,  pode nem sempre ser compreendido por todos, mas o tempo fará justiça, pois os eleitores são cada vez mais lúcidos e clarividentes.

A seriedade e verdade na política por vezes demora, mas vinga sempre.

Tenho pois bastante dificuldade em compreender racionalmente alguns “fazedores e comentaristas políticos de ocasião “, a aplaudirem determinadas  práticas quando tomadas num determinado nível ou área geográfica só porque são do seu partido, e ao invés, se as mesmas são replicadas a nível local, só porque não são do partido, são contra… e porquê?

Porque são. . .

Termino citando uma máxima de Winston Churchill, que frequentemente menciono:

“A diferença entre um estadista e um demagogo é que este decide pensando nas próximas eleições, enquanto aquele decide pensando nas próximas gerações”.

Para se projectar e sustentar projectos políticos de futuro, nas diversas dimensões (nacionais e locais), precisamos cada vez mais de estadistas e menos de demagogos, precisamos cada vez mais de projectos abrangentes e transversais e menos “partidarite”, pois só assim se estará à altura dos pergaminhos da nossa história e das nossas gentes.

Faço votos e acredito que possa ser assim em Penafiel, e que desta forma se faça com todos, + Penafiel!

Aproveito para desejar a todos os Penafidelenses, um SANTO NATAL e um FELIZ 2018.