A região do Tâmega e Sousa surge como a quinta do país com o pior índice sintético de desenvolvimento regional em 2020, ficando muito abaixo da média nacional, mostram dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Este índice “é o resultado do desempenho conjunto das dimensões (índices parciais) competitividade, coesão e qualidade ambiental”, explica o INE, sendo que, no ano em análise, cinco das 25 sub-regiões (NUTS III) superavam a média nacional – as áreas metropolitanas de Lisboa (105,96) e do Porto (103,06), a Região de Aveiro (101,76), o Cávado (101,23) e a Região de Coimbra (100,50). O índice do Tâmega e Sousa é de 91,98. Fica apenas acima do Algarve, Região Autónoma dos Açores, Alto Tâmega e Douro.

Índice a índice, o Tâmega e Sousa apenas supera a média nacional na qualidade ambiental.

Competitividade e coesão abaixo da média

Índice de Competitividade | Imagem DR

Os resultados de 2020 revelam que as sub-regiões com um índice de competitividade mais elevado se concentram no Litoral do Continente, refere o INE. A Área Metropolitana de Lisboa (113,45) apresentava o índice mais elevado destacando-se das restantes sub-regiões com valores superiores à média nacional: Região de Aveiro (107,09) e Área Metropolitana do Porto (105,56).

“De uma forma geral, o Interior continental e as regiões autónomas apresentavam um índice de competitividade mais reduzido em comparação com o Litoral continental. Entre as três dimensões do desenvolvimento regional, o índice de competitividade nas NUTS III portuguesas apresentava a maior disparidade regional”, diz o documento.

O Tâmega e Sousa tem um índice de competitividade de 86,88, o nono mais baixo do país e muito abaixo da média nacional.

Índice de Coesão | Imagem DR

O mesmo acontece com o índice de coesão, que é o quinto pior de Portugal (88,94). Há sete sub-regiões que superam a média nacional: a Região de Coimbra (106,86), com o índice de coesão mais elevado, no Litoral norte, o Cávado (106,56) e a Área Metropolitana do Porto (102,20), no Litoral centro, a Região de Aveiro (101,75), a Região de Leiria (101,14) e o Médio Tejo (100,55) e, mais a sul, a Área Metropolitana de Lisboa (105,51).

“As regiões autónomas dos Açores e da Madeira, o território da região Norte, constituído pelo Douro e Tâmega e Sousa, e, a sul, o Baixo Alentejo apresentavam os índices de coesão mais baixos”, destaca o INE.

O único indicador positivo para a região é o da qualidade ambiental. “Os resultados de 2020 refletem uma imagem territorial tendencialmente simétrica à da competitividade, verificando-se uma concentração de sub-regiões com índices de qualidade ambiental mais elevados no Interior continental e nas regiões autónomas, com o padrão territorial dos resultados desta dimensão a sugerir um aumento progressivo da qualidade ambiental do Litoral para o Interior continental”, sustenta o Instituto, realçando os resultados do Alto Minho (103,23), Área Metropolitana do Porto (101,20), Região de Coimbra (100,82) e Região de Leiria (100,55), com resultados superiores à média nacional.

Índice de Qualidade Ambiental | Imagem DR

Nesta dimensão, a média nacional foi superada por 17 NUTS III, incluindo o Tâmega e Sousa, “verificando-se uma disparidade territorial menor que a observada nas restantes dimensões”.

O INE refere ainda que “entre as oito sub-regiões com índices abaixo da média nacional, encontravam-se cinco das 10 NUTS III mais competitivas: Cávado, Região de Aveiro, Oeste, Área Metropolitana de Lisboa e Alentejo Litoral”, enquanto a Região Autónoma da Madeira (110,98) era, em 2020, a NUTS III com melhor desempenho no índice de qualidade ambiental.