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Os eleitos do PSD apresentaram, na última Assembleia Municipal de Paredes, realizada na sexta-feira, uma moção de recomendação ao Governo que pede a extinção de portagens na A41 e A42 ou a aplicação de descontos para os seus utilizadores frequentes. O documento foi aprovado por unanimidade.

Este apelo surge depois de, esta semana, a ministra da Coesão Territorial ter anunciado uma redução das portagens cobradas em sete das auto-estradas do interior do país. O PSD Paredes contesta que Paredes tenha ficado de fora desta “discriminação positiva”.

“Os utilizadores da A41 e A42 têm sido dos mais resignados e menos contestatários. Será por isso que os seus direitos têm sido constantemente ‘atropelados’?”

A partir de Julho, o preço das portagens de sete auto-estradas do interior do país vai descer para os utilizadores frequentes. Segundo foi divulgado, nos primeiros sete dias do mês as portagens são pagas a 100%, sendo que entre o 8.º e o 15.º dia, todas as passagens beneficiam de 20% de desconto. A partir daí todas as passagens beneficiam de 40% de desconto. As vias em que serão aplicados estes descontos são a A22, A23, A24, A25, A28, A4 e A13.

A medida de discriminação positiva deixa Paredes de fora, critica o PSD. “Nada nos move contra esta medida, mas não entendemos o porquê dos utilizados da A41 e A42, também ex-SCUT, e principal via por meio de auto-estrada que faz a ligação dos municípios da região, nomeadamente Paredes, não beneficiarem da referida medida”, explica a moção.

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“Estamos perante um cenário de dois pesos e duas medidas sem qualquer motivo válido que o justifique”, acrescenta o documento apresentado pelos social-democratas, que lembram que o concelho “é o segundo mais pobre da Área Metropolitana do Porto, com um índice de poder de compra inferior a 80% da média nacional”.

“Os utilizadores da A41 e A42 têm sido dos mais resignados e menos contestatários. Será por isso que os seus direitos têm sido constantemente ‘atropelados’?”, questiona o partido responsável pela moção, falando da importância desta extinção de portagens para a competitividade das empresas de Paredes.

Na moção, aprovada por unanimidade, e que será enviada ao primeiro-ministro e à Assembleia da República, é pedida a extinção das portagens nestas auto-estradas. O pagamento sobrecarrega os utilizadores “com nível de rendimento per capita muito inferior ao da média nacional e sem qualquer hipótese de beneficiar de uma alternativa viária não portajada nem sequer de uma rede de transportes públicos minimamente eficiente”.

“Na impossibilidade de aplicação desta medida propomos que os utilizadores da A41 e A42 não sejam excluídos das medidas que irão ser postas em prática para os utilizadores de outras ex-SCUT”, apela o documento, referindo-se aos descontos concedidos nas outras vias.

Durante a discussão da moção, o presidente da Câmara de Paredes, Alexandre Almeida, adiantou que os concelhos que integram a Associação de Municípios do Vale do Sousa estão a preparar um documento conjunto para “demonstrar a indignação ao Governo” pelo facto de a região não ser beneficiada por esta discriminação positiva.

Recorde-se que na semana passada o tema foi debatido na Assembleia de Paços de Ferreira, com Humberto Brito a prometer também fazer chegar o seu desagrado ao Governo.