Fotografia: PSD Paços de Ferreira

O PSD Paços de Ferreira promoveu, no sábado, uma conferência tendo como tema “Comunidade Intermunicipal do Tâmega-Sousa versus Área Metropolitana do Porto”, iniciativa que contou com a presença do Presidente da Câmara de Penafiel, Antonino Sousa, e do vereador da Câmara de Vila Nova de Gaia, Cancela Moura, num debate moderado pela vereadora da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, Célia Carneiro.

O presidente da Comissão Política Concelhia do PSD Paços de Ferreira, considerou que a proposta apresentada pelo PS de Paços de Ferreira e votada por maioria na Assembleia Municipal não passa de “um exercício de puro populismo do PS de Paços de Ferreira”.

“Esta iniciativa teve como objectivos iniciar uma verdadeira discussão sobre um assunto que pode marcar o futuro da nossa população e que foi tratado pelo PS da mesma forma como tratam quase todos os assuntos: de uma forma leviana, sem os estudar adequadamente e sem ouvir ninguém. Esta proposta é mais um exercício de puro populismo do PS de Paços de Ferreira. É mais uma das suas ‘festas’ só que desta vez sem público. É uma ‘festa’ ao ego do sr. Presidente”, disse, salientando que os oradores presentes deixaram bem claro que os concelhos devem pertencer a unidades territoriais nas quais tenham pares com as mesmas características.

“Ficou igualmente claro que os ganhos com a transferência para a AM Porto são inexistentes, nem mesmo a questão do Andante será uma vantagem pois a CIM Tâmega Sousa estará já contemplada com uma solução adequada para a mobilidade interna e externa à região. E ficou igualmente claro que perderemos várias vantagens de pertencer a esta região como por exemplo, deixaremos de pagar 19 euros por tonelada para depositar resíduos nos aterros da Ambisousa e passaremos a pagar 50 euros nos aterros da Lipor. E quem pagará isto será a população”, expressou.

Joaquim Pinto reiterou que o PSD Paços de Ferreira está contra a adesão do município à Área Metropolitana do Porto.

“Muito simples: somos contra e por isso votamos contra nas reuniões de Executivo e na Assembleia Municipal. Mas acima de tudo, somos contra a forma como este assunto está a ser tratado. Por isso, se o PS tiver disponibilidade para discutir este assunto de uma forma mais profunda, avaliando de uma forma objectiva esta questão, cá estaremos para colaborar e, se formos convencidos que é mesmo o melhor para Paços de Ferreira, podemos perfeitamente inverter esta posição. Até lá estamos frontalmente contra”, avançou, salientando que o município com esta decisão vai perder a todos os níveis.

“Quando a única justificação para esta mudança dada pelo Presidente de Câmara em plena Assembleia Municipal é que o concelho passa a estar na Champions League (AMPorto) e deixa a 2.ª Divisão (CIM Tâmega Sousa) acho que estamos conversados. Esta opinião vincula-me apenas a mim e não ao PSD como Partido: julgo que estamos perante uma questão de ego do Sr. Presidente de Câmara. O Concelho vai perder a todos os níveis: as nossas instituições vão perder acesso a fundos comunitários no próximo quadro comunitário (por exemplo, vamos deixar de ter acesso aos fundos da Adersousa), vamos perder solidariedade dos nossos pares (porque as cidades do Porto, Matosinhos, Maia, Gaia e Gondomar não vão ajudar Paços em assunto nenhum) e vamos passar a pagar o lixo mais caro porque a Lipor cobra muito mais caro que a Ambisousa. A questão de deixo é: conseguem enumerar-me uma única vantagem?”, acrescentou, sustentando que o processo é ainda longo até à vinculação definitiva à Área Metropolitana do Porto.

“Temos tempo, caso o PS tenha lucidez para tal, de estudar o assunto devidamente. Assim haja vontade”, frisou.

O presidente da Câmara Municipal da Trofa, Sérgio Humberto, tal como estava anunciado, não conseguiu marcar presença por imprevisto de força maior.