Os vereadores do PSD aproveitaram a última reunião de Câmara, realizada ontem, para questionar o executivo socialista sobre o “pesadelo” vivido no trânsito na cidade de Valongo, devido à realização das obras que colocaram apenas um sentido na EN15.

“A alteração do sentido carregou as vias com trânsito. Das 7h00 às 9h30 fica tudo parado e à tarde a partir das 17h30 igual. É insuportável”, salienta Miguel Santos, criticando o anel de circulação criado no centro da cidade.

“Estas vias não estão preparadas para aguentar tanto trânsito. Já experimentaram o suficiente, deviam reformular isto. Estão a condicionar o trânsito e dificultar a circulação”, defendeu o vereador, lembrando que quando anunciou o projecto a autarquia falou em “intervenções de carácter experimental e provisório”, pelo que podem ter a “humildade” de voltar atrás. Acusa ainda os socialistas de transformarem a vida das pessoas “num pesadelo”.

O social-democrata aponta ainda que uma intervenção deste género exige uma rede de transportes públicos eficaz, o que não acontece neste caso.

Questionado o executivo socialista, o vereador Paulo Esteves Ferreira explica que “a recente acção realizada no centro de Valongo e baptizada de Urbanismo Táctico, pretende dar mais segurança ao peão, ajudar o comércio tradicional com o aumento significativo do estacionamento à porta da loja, tornar o espaço público mais funcional, mais alegre e por isso mais convidativo e diminuir a velocidade do automóvel para dessa forma eliminar, se possível, o risco de acidentes graves ou até mortais”. “Entendemos e já esperávamos, que uma mudança nas rotinas dos automobilistas causasse alguma desconfiança e implicasse um tempo de adaptação até o reconhecimento do impacto positivo da mudança. Estamos ainda nessa fase”, salienta o responsável pela pasta das Obras Municipais e Mobilidade.

“É um facto que, o automóvel andando mais devagar, havendo mais passadeiras e mais lugares de estacionamento disponíveis que, em determinadas alturas, haja mais concentração de tráfego, mas também se verifica que o mesmo flui, mas mais devagar, logo de uma forma mais segura para quem está dentro do automóvel e principalmente para quem está fora”, sustenta o vereador, que diz que não está prevista “qualquer mudança ao projecto agora implementado”. “Mas estamos atentos e, se for necessário algum ajuste pontual, também o faremos”, acrescenta Paulo Esteves Ferreira.

Recorde-se que esta obra integra o PMUS – Plano de Mobilidade Urbana Sustentável e vai de encontro à prioridade de “devolver as cidades e vilas às pessoas”. Entre as intervenções que estão a ser realizadas em vários pontos do concelho estão o rebaixamento de passadeiras e o aumento do número de passadeiras sobre-elevadas, o alargamento de passeios e a mudança para revestimentos mais inclusivos, a colocação de semáforos de velocidade e também de mobiliário urbano colorido e floreiras para “tornar o espaço público mais alegre e convidativo”.