Foto: Câmara de Valongo

O consumo de vegetais no concelho de Valongo está a aumentar, com resultados positivos para a economia local e para o ambiente. A conclusão é de um estudo de avaliação dos 18 meses de funcionamento do projecto “O Mercado”, que visa “contribuir para melhorar os hábitos alimentares da população do concelho, facilitando o acesso a fruta e legumes de qualidade, produzidos localmente, com preços acessíveis”, estimulando o seu consumo regular.

Segundo os dados divulgados pela Câmara de Valongo, os questionários realizados permitiram aferir que 36% dos clientes passou a comer mais legumes e 44% das famílias passaram a consumir produtos que não compravam habitualmente. Já a “proporção de clientes que consomem vegetais no prato diariamente aumentou em 6%”.

Os números mostram que quem compra o cabaz de produtos, com fruta e legumes, semanalmente, são sobretudo mulheres: 80%. Cerca de 75% dos clientes vive no concelho e metade tem entre os 36 e 55 anos. A autarquia valonguense refere ainda que a maior parte dos cabazes vai para a mesa de agregados familiares com crianças e adolescentes (55%).

Este projecto, permitiu assegurar dois postos de trabalho directos, sendo que cinco agricultores aumentaram a sua oferta (quantidade e variedade) de fruta e legumes. “No período em estudo, firam vendidas 72 toneladas de produtos frescos e 32% dos clientes do Mercado, passaram também a comprar fruta e legumes a produtores locais, na feira e na cooperativa”, sustenta nota do município.

“No âmbito da sustentabilidade ambiental, verifica-se um aumento significativo da produção local de horto-frutícola escoada pela Cooperativa de Valongo: de 79.424 quilogramas no 1.º semestre de 2020; 133.688 quilogramas no 1.º semestre de 2021; 143.067 quilogramas no 1.º semestre de 2022”, adianta ainda a informação divulgada.

“Além de nutricionalmente mais vantajoso, o consumo de produtos locais e da época tem uma pegada ecológica reduzida comparativamente à opção por alimentos exóticos ou de produções fora de época, que implicam mais emissões de CO2”, salienta a Câmara Municipal.

Recorde-se que “O Mercado” é desenvolvido numa parceria entre a autarquia de Valongo e a Cooperativa dos Produtores Agrícolas do Concelho de Valongo, contando com o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto como parceiro científico.

Os cabazes, compostos por fruta e legumes produzidos no concelho, são entregues semanalmente em quatro pontos de recolha, nas cidades de Alfena, Ermesinde e Valongo. A encomenda é feita online, sendo os cabazes “acompanhados por dicas e receitas saudáveis”. Estão disponíveis em duas versões: o “Família” – com uma variedade de cinco produtos que podem pesar até cinco quilogramas e custa 6,25 euros; e o “Super Família”, que contém até sete variedades com nove quilos de peso e custa 10 euros.

Citado em nota de imprensa, o presidente da Câmara de Valongo realça a importância do projecto e adianta que a meta é continuar a melhorar estes indicadores. “Com esta iniciativa conseguimos garantir um acesso mais facilitado a produtos frescos, de qualidade, e a preço justo através do cabaz da semana. O Mercado é um projecto que tem três grandes virtudes: coloca na mesa dos valonguenses mais frutas e mais legumes frescos do que era habitual; é um processo totalmente digital na encomenda e até ao momento da entrega do cabaz; e tem um preço muito acessível, possibilitando o acesso a todos os extractos sócio-ecónomicos, precisamente para incutir novos hábitos que, a seu tempo, também irão beneficiar a economia local e a qualidade de vida da população”, defende José Manuel Ribeiro.