Esta semana, fechamos o nosso périplo de análise pré-eleitoral pelos concelhos da região com o concelho de Penafiel.

Em Penafiel, deparamos com um panorama político não muito claro ou facilmente previsível, tanto no que diz respeito a opções tomadas por quem está no poder como por quem lhe tem feito oposição.

O actual presidente da Câmara Municipal é Antonino de Sousa, que, caso vença as próximas eleições, cumprirá o seu terceiro e último mandato, juntando, assim, 12 anos como presidente aos 12 anos durante os quais tinha exercido o cargo de vereador. Neste período passou de vice-presidente da Comissão Política Distrital do CDS-PP, há uns anos, a independente (de modo a poder ser apoiado por uma coligação PSD/CDS-PP), terminando o presente mandato como militante do PSD.

O PS, há todo este tempo sem ganhar a presidência da Câmara, apresenta Paulo Araújo Correia, ex-adjunto de Pedro Nuno Santos, ministro das Infra-estruturas e Habitação, como cabeça de lista. Não como cabeça de lista do PS, mas da coligação Penafiel Unido, que talvez poucos previssem, constituída pelo PS e pelo RIR, o partido de Vitorino Silva, o “Tino de Rans”.

Se Paulo Araújo Correia é suficientemente conhecido ou apresenta as qualidades suficientes para mobilizar os eleitores e retirar a câmara à coligação PSD/CDS-PP ao fim de tantos anos, é o que falta ver. Assim como se a influência a nível local de “Tino de Rans” poderá ser um factor relevante para ajudar a atingir esse objectivo. Uma coisa é certa, durante a apresentação pública faltou-lhe explorar muitas das fragilidades que afectam a coligação de direita e acima de tudo as fraquezas do actual presidente da Câmara Municipal.

Mesmo em caso de não conseguir vencer, o cabeça de lista da coligação Penafiel Unido terá de demonstrar que é um nome a ter em conta em acto eleitoral seguinte, já que Antonino de Sousa não poderá, nessa altura, continuar a ser candidato. Tudo depende dos números.